"É a garrafa de álcool mais importante do mundo, já que vai ajudar no progresso das comunidades que vivem na zona acidentada e nos seus arredores", afirmou o professor Jim Smith.
Os investigadores britânicos encontraram radioatividade nos cereais mas graças a um processo de destilação conseguiram fazer com que a única radioatividade fosse de carbono 14, ou seja, "o mesmo nível que em qualquer outra bebida espirituosa", afirma o comunicado.
A equipa inglesa trabalhou com outros cientistas ucranianos para criar a bebida. Smith referiu ainda que a vodka foi misturada com água mineral de um poço profundo perto de Chernobyl.
Após o acidente nuclear, foi estabelecido um perímetro de 30 quilómetros em volta de central onde o cultivo estava proibido, exceto para as pequenas plantações.
"Milhares de pessoas ainda vivem nesta zona onde as explorações de terras agrícolas e os investimentos estão proibidos", recordou Smith.
Estes cientistas pretendem criar uma empresa social, chamada Sociedade de licores de Chernobyl, com a qual querem comercializar em pequena escala os seus primeiros produtos durante este ano. Três quartos dos lucros serão destinados à comunidade local.
Oleg Nasvit, da Agência Estatal da Ucrânia para a Gestão da Zona de Exclusão, falou sobre o produto criado. “Congratulamo-nos com esta iniciativa de usar terras abandonadas para ajudar as comunidades locais. É importante que façamos tudo o que pudermos para apoiar a reconstrução da vida normal nestas áreas, colocando sempre a segurança em primeiro lugar", conta o The Guardian.
“Eu chamaria a isto uma bebida de alta qualidade. Não é típico de uma vodka mais altamente purificada, mas tem o sabor do grão dos nossos métodos de destilação originais ucranianos. Eu gosto disso", acrescentou.
O acidente na central de Chernobyl, a 26 de abril de 1986, provocou 30 mortos e centenas de afetados com doenças relacionadas com o acidente.
As autoridades retiraram dessa zona 350.000 pessoas e os cientistas consideram que a radioatividade levará 24.000 anos para desaparecer.
Hoje em dia, empresas locais oferecem passeios turísticos à zona de exclusão, que foi declarada área de vida selvagem. Estudos mostram que existe aí grande biodiversidade e especialistas relatam efeitos negativos mínimos da radiação sobre a flora e a fauna.
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