A nova programação inclui nomes da cena artística nacional, como Luísa Jacinto, Daniel Blaufuks ou Catarina Dias, e internacional, como Ernesto Neto, Nicolas Floc’h, Vivian Suter, William Klein, ou Anthony McCall, anunciou hoje a direção do museu.
No ano em que se celebram os 50 anos do 25 de abril de 1974, o MAAT será palco da exposição “Hoje soube-me a pouco”, uma mostra coletiva que tem por base um conjunto de artistas portugueses e obras que marcaram o período posterior à revolução.
“Espírito de Gondwana” é o título provisório de uma mostra que trará a Portugal artistas africanos e/ou integrantes da diáspora africana, que “aprofunda a reflexão sobre temas como a justiça racial e histórica e a hierarquia e geografia da criação contemporâneas”, segundo um texto do museu sobre a programação.
João Pinharanda, diretor do MAAT, e Sérgio Mah, diretor adjunto, criaram “um programa diversificado e eclético que pretende reforçar o MAAT como instituição que promove encontros, diálogos, e declinações profícuas na relação da prática artística com as realidades complexas, mas também enquanto lugar de articulações entre diferentes geografias e domínios do espetro cultural, do popular ao erudito, das matérias quotidianas aos desafios fundamentais da crítica e do pensamento atuais”.
Nessa linha, estarão em foco fenómenos ecológicos ou as circunstâncias da relação dos seres humanos com a natureza, diversos imaginários socioculturais, espirituais e mentais.
Além da escolha de criadores da produção artística nacional, emergente e consolidada, serão também apresentados “artistas, períodos e dinâmicas relevantes da história da arte em Portugal nas últimas décadas”, como o projeto colaborativo “Três Moscas”, de André Maranha, Francisco Tropa, Jorge Queiroz e Pedro Morais.
A exposição coletiva dedicada aos 50 anos do 25 de Abril de 1974, no âmbito das comemorações, reúne um conjunto de artistas e obras que marcaram o período posterior ao momento fundador da democracia portuguesa, e a maioria das peças incluídas pertencem à Coleção de Arte da Fundação EDP.
Ana Jotta, Julião Sarmento, Luisa Correia Pereira, Inês Botelho, Susanne Themlitz, Ana Vieira, Rosa Carvalho, Álvaro Lapa, António Sena, Ângelo de Sousa, Helena Almeida, Armanda Duarte, Maria José Oliveira, Cabrita e Maria Beatriz são alguns dos artistas que integram esta mostra, prevista para decorrer entre 24 de abril a 26 de agosto de 20244, com curadoria de João Pinharanda e Sérgio Mah.
Além de incluir várias das principais figuras da arte contemporânea portuguesa dos anos 1970 e 1980, a exposição inclui também artistas de gerações mais recentes cujas obras prosseguem e expandem legados e tendências criativas que emergem depois de 1974.
Antes desta mostra, a 27 de março vão ser inauguradas três exposições no MAAT: “Luísa jacinto — Shining Indifference”, com várias obras entre a escultura e a instalação, sobre os limites do visível e do invisível, com curadoria de João Pinharanda, “Luz em toda a parte II: a primeira central Tejo”, com curadoria de Rosa Goy e Ivone Maio, com o espólio da empresa desde os anos 1920 a 1950, e “Nicolas Floc´h”, cujo trabalho mobiliza as potencialidades da fotografia subaquática na descoberta de novos imaginários artísticos, com curadoria de João Pinharanda.
Na mesma altura, inaugura “Energias. Movimento Perpétuo”, com curadoria de João Pinharanda, Rosa Goy, Ivone Maio e António Carvalho, em colaboração com o Museu Nacional de Arqueologia, exposição que estabelece um diálogo entre objetos pertencentes à coleção do museu, encerrado até 2025 para obras, e da Coleção de Património Energético da Fundação EDP que incide sobre as diferentes fontes de energia.
Em maio, é inaugurada “Procissão: Louvar e Santificar”, com obras de Anabela Soares, Cláudia R Sampaio, Filipe Cerqueira, Joana Ramalho e Micaela Fikoff, com curadoria de Sandro Resende, em parceria com o projeto Manicómio, estrutura de criação artística, com galeria e estúdio de arte, com artistas residentes que experienciaram ou experienciam doença mental, num espaço de trabalho aberto ao público desde 2018 no Beato, em Lisboa.
O museu abre ainda “Ernesto Neto — Nosso barco Terra”, com curadoria de Jacopo Visconti Crivelli, do artista brasileiro, que apresenta uma instalação inédita imersiva, que evoca o cruzamento de culturas entre os diferentes continentes.
Em julho, o fotógrafo Daniel Blaufuks apresenta trabalhos seus inseridos no projeto de diário visual-textual, com curadoria de João Pinharanda, e em setembro Catarina Dias revela obras de combinação entre a fotografia e a escultura.
Também em setembro, o MAAT vai apresentar obras de um dos fotógrafos mais influentes do século XX, William Klein (1926–2022), com curadoria de David Campany, naquela que será a primeira grande exposição da obra no continente europeu, depois da sua morte.
Ainda em setembro de 2024, “Espírito de Gondwana”, com curadoria de João Pinharanda e Camila Maissune, irá reunir artistas africanos ou da diáspora africana, que apresentam pintura, escultura, desenho, colagem, têxteis, cerâmica, instalação, vídeo, dança, performance ou música, propondo um conjunto de narrativas e paisagens alternativas ao panorama dominante das artes contemporâneas.
O artista Antony Mccall, que se tem destacado pelo seu trabalho no uso da luz, irá revelar em outubro vários dos seus “Solid Light Works”, compondo um espaço imersivo no qual se entrecruzam elementos da prática do desenho e do filme, com curadoria de Sérgio Mah.
Na mesma altura, a pintora suíço-argentina Vivian Suter exporá, também com curadoria de Mah, a sua obra de pendor abstrato que resulta de uma relação quotidiana, física e emocional com as matérias e as contingências da natureza no local onde vive e trabalha, na Guatemala.
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