Um cometa, que não era visto da Terra desde a Idade da Pedra, reapareceu no céu, e pode ser visto a olho nu, dizem os astrónomos.
Segundo o The Guardian, o cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan–Atlas) foi descoberto no início do ano passado e acredita-se que orbite o Sol a cada 80.000 anos.
Gregory Brown, oficial da astronomia pública do Observatório Real de Greenwich, no Reino Unido, disse que o cometa deverá ter sido originado na nuvem de Oort, que fica depois da órbita de Neptuno.
“[Esta é] a vasta região aproximadamente esférica à volta do sol, que contém resquícios gelados da formação do sistema solar”, explicou.
O cometa, que fez a sua maior aproximação ao sol no final do mês de setembro, deverá fazer o mesmo com a Terra por volta do dia 13 de outubro.
“A questão sobre os cometas é que quanto mais perto eles estão de nós, da Terra, mais brilhantes eles são, mas também quanto mais perto eles estão do sol, mais brilhantes são. Então, a aproximação mais próxima não será necessariamente o momento mais brilhante”, disse Brown, notando que o fenómeno pode acontecer também a 9 de outubro.
No entanto, quando atingir esse ponto, o cometa estará quase diretamente entre a Terra e o sol. Por esse motivo, o especialista recomenda a quem quiser observá-lo, para tentar fazê-lo uns dias antes ou depois.
“Cometas visíveis a olho nu já são raros o suficiente, e este tem o potencial de estar entre os mais brilhantes que vimos nas últimas décadas. Então, certamente, vale a pena tentar”, afirmou.
“Pela sua aparência já é visível a olho nu em boas condições, e há uma probabilidade de que fique, consideravelmente, mais brilhante”, disse. “Mas quão brilhante? Honestamente, não sabemos", referiu.
Nos últimos dias, os observadores de estrelas dos hemisférios norte e sul já conseguiram vislumbrar o cometa. Atualmente, quem o quiser observar deve olhar para leste ao início da manhã, em direção à constelação de Sextante.
No entanto, “ele vai passar para o lado contrário do sol ao longo dos próximos dias”, o que faz com que a melhor altura para observar o cometa passe a ser ao final da noite, após o pôr do sol, olhando para oeste, em direção à constelação de Boötes.
De acordo com Brown, o cometa assemelha-se a uma mancha no céu a olho nu, mas a sua cauda é perceptível com um par de binóculos ou um pequeno telescópio.
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