De acordo com o especialista Éric Leroy, da leiloeira francesa, o desenho está avaliado entre 2,2 milhões de euros e 2,8 milhões de euros, e, se atingir o valor máximo, suplantará a venda de uma outra obra de Hergé, leiloada em 2014 por 2,6 milhões de euros.
Na altura, a venda dessa obra bateu o recorde de vendas dentro do universo da banda desenhada.
Em causa no leilão de quinta-feira, num lote alargado de obras de Hergé, está um pequeno desenho que o autor fez em 1936, a pensar na capa do quinto álbum de BD da série do intrépido repórter Tintim, intitulada “O lótus azul”.
O desenho acabou por ser descartado pelo editor, Casterman, por considerar que a técnica utilizada por Hergé iria aumentar os custos de produção do livro.
A capa revela Tintim e o cão Milú dentro de um jarrão de porcelana chinesa, escondendo-se de um dragão vermelho, sob fundo preto, tendo Hergé oferecido o desenho ao filho do empresário Jean-Paul Casterman, que o manteve guardado até à morte, em 2009.
“‘O lótus azul’ é um álbum mítico, porque é a primeira vez que Hergé sabe o princípio e o fim de uma história antes mesmo de começar a desenhar” e para o qual reuniu documentação, afirmou Éric Leroy, em declarações à agência Efe.
O álbum narra uma aventura em Xangai, na China, onde Tintim tenta resolver um mistério que envolve espionagem e tráfico de ópio.
Tintin é considerado uma das mais populares personagens de banda desenhada e apareceu, pela primeira vez, a 10 de janeiro de 1929 no suplemento juvenil Le Petit Vingtième.
Hergé, nome artístico de Georges Rémi, desenhou centenas de páginas de aventuras publicadas em mais de 20 álbuns, como “A estrela misteriosa”, “Tintin no Tibete”, “Tintin no Congo” e “As sete bolas de cristal”, traduzidos em 77 línguas e que venderam mais de 200 milhões de exemplares em todo o mundo.
Hergé morreu em 1983, aos 75 anos, deixando incompleto “Tintin e Alpha-Art”.
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