A história começa quando a escritora italiana, Elisa Barbari, escolheu a estátua de Neptuno, nu e com um tridente na mão, para ilustrar a sua página no Facebook “Stories, curiosities and views of Bologna” (Histórias, curiosidades e vistas de Bolonha). Mas, inesperadamente, a imagem foi censurada pelas políticas de privacidade da rede social.
Porquê? O Facebook apresentou o seguinte texto à artista:” O uso da imagem não foi aprovado porque viola as diretrizes de publicidade do Facebook. Apresenta uma imagem com conteúdo explicitamente sexual e que exibe de forma excessiva o corpo, concentrando-se desnecessariamente nas partes íntimas”.
“O uso de imagens ou vídeos de corpos nus não é permitido, mesmo que o uso seja por razões artísticas ou educacionais", acrescentava.
Barbari respondeu com incredulidade publicando uma imagem no seu perfil pessoal de Facebook com a foto da estátua acompanhada, ao lado, pela frase: “Sim a Neptuno, não à censura”.
Em declarações ao jornal britânico Telegraph, a escritora italiana disse que apenas queria promover a sua página, mas que, aparentemente, “a estátua é sexualmente explícita”. “A sério, Neptuno? Isto é uma loucura”, respondeu Barbari. “Como pode uma peça de arte, como a própria estátua de Neptuno, ser objeto de censura”, pergunta.
A estátua, esculpida em 1560, é da autoria de um artista flamenco de seu nome Jean de Boulogne, apelidado pelos italianos de Giambologna, e é o centro dominante da praça desde há 500 anos para cá.
“Nos anos 50, durante a graduação dos estudantes [que ocorria naquela praça], eles cobriam a imagem de Neptuno”, conta Barbari. “Talvez o Facebook prefira que a estátua voltasse a ser vestida”.
Um porta-voz do Facebook disse, mais tarde, em comunicado que a censura foi um erro.
“A nossa equipa processa milhões de imagens por semana e, em alguns casos, proibimos os anúncios de forma incorreta. Esta imagem não viola as nossas políticas de anúncios. Pedimos desculpas pelo erro e informamos que a imagem vai ser aprovada.”
O excesso de zelo do software de censura do Facebook trouxe a rede social para o centro da controvérsia com várias situações idênticas a acontecerem com demasiada frequência.
Ficou célebre, em janeiro de 2015, a censura a uma fotografia da estátua da Pequena Sereia, na Dinamarca. Mas não é preciso recuarmos tanto, ainda no ano passado, um utilizador norueguês que partilhou a fotografia da Menina de Napalm viu a sua publicação eliminada.
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