Depois de uma semana que ficou marcada por desabafos quanto às dificuldades sentidas nos ensaios técnicos, pelas críticas à indumentária por parte de alguns fãs, confirmaram-se as previsões das casas de apostas: Conan Osiris não conseguiu um lugar na grande final. Esta é a nona vez que Portugal falha uma passagem à final — aconteceu entre 2004 e 2007, inclusive, e em 2011, 2012, 2014 e 2015.
Ainda que, assim que terminaram as votações, a média de várias bolsas de apostas, calculada pelo site eurovisionworld.com, especializado no concurso, colocasse o intérprete de "Telemóveis" em 10º lugar, posição que garantia uma passagem, o sonho escangalhou-se, parafraseando o autor do tema, assim que o último finalista foi anunciado pelos apresentadores.
E os finalistas são: Katerine Duska com “Better Love” (Grécia), ZENA com “Like It” (Bielorrússia), Nevena Božović com “Kruna” (Sérvia), Tamta com “Replay” (Chipre), Victor Crone com “Storm” (Estónia), Lake Malawi com “Friend of a Friend” (República Checa), Kate Miller-Heidke com “Zero Gravity” (Austrália), Hatari com “Hatrið mun sigra” (Islândia), Serhat com “Say Na Na Na” (San Marino) e Zala Kralj & Gašper Šantl com “Sebi” (Eslovénia).
A noite, essa, foi sem emoções fortes. O Chipre voltou com “Fuego parte II”, o Montenegro trouxe um grupo vocal estilo clube Disney e a Finlândia voltou a trazer Darude para um grande palco. A Polónia enganou-se, o Festival Músicas do Mundo acontece só em julho, e a Eslovénia veio representar a quota dos casais eurovisivos que cantam sem tirar os olhos um do outro. A República Checa trouxe um hino à amizade e uma batida pop familiar (familiar a “Lie To Me”, tema do país na edição do ano passado?) e a Hungria um repetente que ainda não aprendeu bem a lição.
A Bielorussia, em homenagem a Rui Bandeira, que representou Portugal em Israel em 1999, mandou uma sósia da sua filha, Bárbara Bandeira, e não estivesse a Guerra dos Tronos a uma episódio de encerrar a série e a Sérvia oferecia aqui uma bela banda sonora, mas só isso. A Bélgica queria acordar quem assistia mas faltou-lhe despertar o seu próprio intérprete e, acuse-se, quem irritou o intérprete da Georgia?
A Austrália trouxe a princesa do Frozen e a Islândia um pouco de masoquismo visual (como se todas as interpretações até este momento não fossem suficientes). A Estónia... ou os três minutos que separaram esta atuação da de Conan Osiris (ainda mais performático que nas galas do Festival da Canção). E, a fechar, a Grécia com uma canção refrescante para aqueles que ficaram a suar com prestação de "Telemóveis" e San Marino a repetir um 'na na na' 244 vezes (contou o Malato).
Pode ver aqui todas as atuações desta primeira semifinal, que era apontada como sendo menos concorrida que a segunda eliminatória pois nela concorrem os principais favoritos à vitória (Holanda, Rússia ou Suécia).
Fora das votações, nesta gala ouviram-se ainda as atuações de Espanha, França e Israel. Os dois primeiros casos porque fazem parte dos "Big Five", países que têm acesso diretamente à final, e o último porque é o anfitrião.
Aos palcos eurovisivos regressaram nesta noite Netta (a grande responsável pela realização do evento em Israel) numa atuação com direito a hologramas e Dana International (a drag queen israelita que em 1998 venceu o festival) com uma versão de "Just The Way You Are" de Bruno Mars que teve até direito a kiss cam.
Aos 10 países apurados hoje irão juntar-se outros 10, que serão escolhidos na segunda semifinal, na quinta-feira. Nela atuam os representantes da Holanda, Suécia, Rússia, Suíça, Azerbaijão, Malta, Macedónia do Norte, Noruega, Arménia, Dinamarca, Albânia, Roménia, Lituânia, Moldávia, Áustria, Croácia, Letónia e Irlanda.
Na final, no sábado, aos 20 países apurados nas duas semifinais, irão juntar-se os ‘Cinco Grandes’ (França, Alemanha, Itália, Espanha e Reino Unido) e o país anfitrião (Israel).
As segunda semifinal e a grande final serão transmitidas novamente pela RTP1 a partir das 20h00.
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