Segundo o júri, ao qual presidiu Guilherme d’Oliveira Martins, a obra de João Tordo, publicada no ano passado, “é um romance de formação emocional e afetiva de um homem constituído em narrador, embora sem nome que o identifique ao longo do livro”, lê-se na ata citada pela Estoril Sol.
O júri referiu “o dramatismo de solidão do narrador e protagonista de romance assume grande intensidade e poder de envolvência no leitor”.
“Também a engrenagem se situa num plano de realização preciso, mas criativo. Os nomes das três figuras femininas, Felicidade, Esperança e Angélica, projetam um simbolismo que expande o próprio processo imaginativo”, acrescentou o júri,
“Felicidade”, de João Tordo, impôs-se perante os outros romances finalistas: “Apneia”, de Tânia Ganho, “Livro de Vozes e Sombras”, de João de Melo, “A Melhor Máquina Viva”, de José Gardeazabal, “Cidade Infecta”, de Teresa Veiga, e “Um Tempo a Fingir”, de João Pinto Coelho.
João Tordo, 46 anos, lisboeta, licenciado em Filosofia, estudou jornalismo e escrita criativa em Londres e Nova Iorque. Venceu o Prémio Literário José Saramago em 2009, com “As Três Vidas”, tendo sido finalista, com o mesmo livro, do Prémio Portugal Telecom, em 2011.
Publicou já 12 romances, entre os quais “O Livro dos Homens sem Luz”(2004), “Hotel Memória”(2007), “Anatomia dos Mártires” (2011), “O Ano Sabático” (2013), “Biografia Involuntária dos Amantes” (2014), “O Luto de Elias Gro” (2015), “O Paraíso Segundo Lars D.” (2015), “O Deslumbre de Cecilia Fluss” (2017) e “Ensina-me a Voar Sobre os Telhados” (2018).
João Tordo foi finalista do Prémio Melhor Livro de Ficção Narrativa da Sociedade Portuguesa de Autores, em 2011 e 2015, do Prémio Literário Fernando Namora em 2011, 2012, 2015 e 2016, e do Prémio Literário Europeu em 2012.
Os seus livros estão publicados em vários países, nomeadamente França, Itália, Alemanha, Hungria, Espanha, México, Argentina, Brasil e Uruguai.
Como guionista, participou em várias séries de televisão, incluindo “O Segredo de Miguel Zuzarte” (RTP), “4” (RTP), e “Liberdade XXI” (RTP). Trabalha, ainda, como cronista e formador em ‘workshops’ de ficção dedicados à escrita criativa e ao romance.
Francisco José Viegas foi o vencedor, no ano passado, do Prémio Fernando Namora, com o romance “A Luz de Pequim”, publicado em 2019.
O júri desta 24.ª edição do Prémio Literário Fernando Namora/EStoril Sol, além de Guilherme d`Oliveira Martins, presidente do Grande Conselho do Centro Nacional de Cultura, integrou, ainda, José Manuel Mendes, pela Associação Portuguesa de Escritores, Maria Carlos Gil Loureiro, pela Direção-Geral do Livro, doa Arquivos e Bibliotecas, Manuel Frias Martins, pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários, e, ainda, Maria Alzira Seixo, José Carlos de Vasconcelos e Liberto Cruz, convidados a título individual, além de Dinis de Abreu, em representação da Estoril Sol.
O Prémio Literário Fernando Namora/Estoril Sol será entregue “oportunamente, em cerimónia a anunciar”, segundo a organização.
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