“No contexto do centenário de Amália, achámos interessante recuperar as suas ligações à Beira Baixa que se estendem até à quinta geração. Mas o mais importante é saber que as suas raízes influenciaram o fado, quando ela diz que levou para o fado de Lisboa as cantigas da Beira Baixa”, explicou à agência Lusa Rui Pelejão, do JF.
As raízes de Amália Rodrigues, com fortes ligações familiares à Beira Baixa, foram o mote para o JF publicar o seu primeiro ‘bookazine’, um misto entre uma revista e um livro, em homenagem à fadista e figura universal da cultura.
O livro lista e reproduz integralmente todas as notícias, reportagens e crónicas sobre Amália Rodrigues, incluindo duas entrevistas que a fadista deu nos anos 1990 ao JF e ainda um texto inédito em livro de David Mourão Ferreira, publicado em 1994 neste semanário regional.
Rui Pelejão, do Jornal do Fundão, frisou: “Este não é só um livro bairrista, mas sim um livro universal na cultura portuguesa".
Com capa desenhada por Siza Vieira e a contribuição de nomes como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Maria João Pires, Sérgio Godinho, Carlos do Carmo, Camané, Pedro Abrunhosa, ou Gisela João, mas também de fora do mundo da música, como Manuel Cargaleiro, Manuel Alegre, Vitor Pavão dos Santos (autor da única biografia ofical de Amália; o JF lança um livro de homenagem a Amália Rodrigues, organizado pelo professor universitário, investigador, literário, ensaísta, cronista e poeta covilhanense, Arnaldo Saraiva.
Um livro com tiragem limitada sobre uma artista sem limites
O livro conta com a recolha de histórias e depoimentos de amigos, familiares e admiradores, que permitiram traçar uma biografia beirã de Amália Rodrigues, desde as suas humildes origens com raízes no Souto da Casa, Alcaria ou Castelo Branco, até aos espetáculos que deu na região ou às romarias à Santa Luzia no Castelejo, passando pela amizade com António Paulouro (fundador do Jornal do Fundão) e com o seu irmão Armando Paulouro.
Com mais de 200 páginas a cores e abundantemente ilustrado, inclusive com fotografias inéditas, o livro “Amália: a raiz e a voz”, não pretende ser apenas uma homenagem regional ou regionalista à fadista, mas é um testemunho da universalidade e importância cultural da voz da diva.
Além dos testemunhos, o livro tem na capa desenhada por Joana Torgal um retrato de Amália Rodrigues com assinatura exclusiva do arquiteto Siza Vieira, que aceitou o desafio do organizador do livro para ilustrar a capa.
O livro “Amália: A raiz e a voz” é apresentado na quinta-feira, pelas 18:00, no Parque das Tílias no Fundão, no âmbito do programa das comemorações do centenário de Amália, promovido pelo município do Fundão, que inclui ainda a inauguração de um mural dedicado à artista.
Com uma tiragem de mil exemplares, o livro “Amália: A raiz e a voz” tem a chancela do JF, produção editorial do Canto Redondo e o apoio da Câmara do Fundão, da Fundação Calouste Gulbenkian e do Museu do Fado.
Amália Rodrigues, falecida em 1999, completaria 100 anos na quinta-feira, quando várias iniciativas assinalam a efeméride, desde uma missa a um concerto, na sua antiga casa de férias, no Brejão.
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