Antes disso, na próxima semana, integrará um coletivo de artistas que apresentam obras no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no âmbito da mostra “Vento”, que faz já parte da programação da 34.ª Bienal de São Paulo, anunciou a Direção-Geral das Artes (DGArtes), que apoia a participação portuguesa, mediante um acordo de cooperação internacional.
A Fundação Bienal apresenta a mostra “Vento” de 14 de novembro a 13 de dezembro deste ano, acompanhando o calendário de reabertura das instituições culturais naquela cidade brasileira, na qual 21 artistas vão expor “obras desmaterializadas”, que consistem em trabalhos de vídeo e som no edifício do Parque Ibirapuera, que ampliam “uma sensação de espaço e distância raramente experimentada pelo público”, segundo a informação da DGArtes.
Intitulada a partir do filme “Wind” (1968), de Joan Jonas, “Vento” ocupa os 30 mil m2 do Pavilhão Ciccillo Matarazzo, que manterá a sua arquitetura natural, sem qualquer parede expositiva construída, para permitir acolher as obras diretamente, “sem elementos que possam criar uma mediação entre a escala humana dos trabalhos e as dimensões monumentais do Pavilhão”.
Segundo Jacopo Crivelli Visconti, curador geral da mostra, “‘Vento’ funciona como o índice desta edição da Bienal”, no sentido em que aponta alguns dos temas que voltarão expandidos na exposição de setembro do ano que vem, e simultaneamente refere o que já aconteceu.
“A exposição inaugura a dinâmica de organização das obras ao redor de enunciados, objetos com histórias complexas que sugerem leituras multifacetadas, a qual será expandida na mostra coletiva de 2021. Em ‘Vento’, a curadoria recorre a dois desses enunciados para criar ressonâncias e ecos: o Sino de Ouro Preto e os cantos tikmu’un”, acrescentou.
A participação de Luísa Cunha na próxima edição da Bienal de São Paulo resulta de um convite de Visconti, estando ainda prevista a presença de outros dois artistas portugueses, cuja identidade será revelada em breve pela organização da Bienal.
Com curadoria geral de Jacopo Crivelli Visconti e equipa curatorial composta por Paulo Miyada (curador adjunto) e Carla Zaccagnini, Francesco Stocchi e Ruth Estévez (curadores convidados), a 34.ª edição da Bienal de São Paulo intitula-se “Faz escuro mas eu canto”, verso do poeta amazonense Thiago de Mello, através do qual a Bienal vem reconhecer “a urgência dos problemas que desafiam a vida no mundo atual” e reivindicar “a necessidade da arte como um campo de encontro, resistência, rutura e transformação”.
Inicialmente agendada para setembro deste ano, a mostra tem vindo a sofrer ajustes e mudanças que se multiplicaram devido à pandemia de covid-19, estando agora prevista para 2021, de 04 de setembro a 05 de dezembro.
Aquele que é considerado o maior evento de arte contemporânea da América Latina e uma das principais mostras do circuito artístico internacional, já reuniu, desde 1951, mais de 16 mil artistas e 17 milhões de visitantes.
Além de Luísa Cunha, contam-se entre os 21 artistas participantes na exposição “Vento” Alice Shintani (1971, São Paulo), Ana Adamovic (1974, Belgrado, Sérvia), Eleonore Koch (1926-2018, Berlim, Alemanha), Gala Porras-Kim (1984, Bogotá, Colômbia), Jacqueline Nova (1935-1975, Gante, Bélgica), Koki Tanaka (1975, Kyoto, Japão), Melvin Moti (1977, Roterdão, Países Baixos), Musa Michelle Mattiuzzi (1983, São Paulo) e Paulo Nazareth (Vale do Rio Doce).
Marcam ainda presença Antonio Dias (1944, Campina Grande), Clara Ianni (1987, São Paulo), Deana Lawson (1979, Nova Iorque, EUA), Edurne Rubio (1974, Burgos, Espanha), Jaider Esbell (1979, Normandia), Joan Jonas (1936, Nova Iorque, EUA), León Ferrari (1920-2013, Buenos Aires, Argentina), Neo Muyanga (1979, Joanesburgo, África do Sul), Regina Silveira (1939, Porto Alegre), Ximena Garrido-Lecca (1980, Lima, Peru) e Yuko Mohri (1980, Kanagawa, Japão).
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