“Este é um EP, modelo discográfico muito dentro da moda, que tem três temas, ‘Nina’, que dedico à minha filha, o dueto com Gaël Faye, ‘Crepuscular Solidão’, e o tema que dá o título”, disse a cantora e compositora à agência Lusa.
Lura definiu “Alguém di Alguém”, de sua autoria, como “um funaná com uma batida animada e alegre”.
“Um tema que tem uma luminosidade, é muito tradicional, tocado com ferro e gaita, como nós dizemos, ao qual tentei dar uma roupagem moderna, ao fazer uma fusão com uma sonoridade eletrónica, como forma de o perpetuar e o trazer para hoje e para o futuro”, prosseguiu.
O funaná, explicou “tanto pode ser alegre, como tocado em tom menor, sendo mais nostálgico, e tem outras variantes, como o funaná-samba”, explicou.
Lura interpreta “Crepuscular Solidão”, um tema de Teofilo Chantre, de homenagem a Cesária Évora (1941-2011), com o cantor do Burundi, Gaël Faye, que foi distinguido este ano com o Prémio Revelação dos prémios franceses Victoires de la Musique.
“Nina” é dedicado à sua filha, atualmente com dois anos, e a razão por Lura se ter afastado dos palcos e dos estúdios, mas também aquela que tornou a cantora “mais consequente” e a “encarar a vida de uma forma mais real e mais firme e com uma maior consciência do que se passa à nossa volta, de como é importante respeitarmo-nos uns aos outros”.
Uma atitude que se reflete também no tema “Alguém di Alguém”, que é “uma crítica social, a uma certa maneira de estar menos respeitosa e é um apelo pelo respeito ao próximo e, em especial, a si próprio”.
“Este é um EP que fala de amor nas suas diferentes facetas e formas, e será este amor o tema do próximo álbum”, disse Lura, adiantando que está a estudar um produtor para ele, “provavelmente português”.
O EP, editado pela Lusafrica, sucede a “Herança” (2015). Lura iniciou a sua carreira discográfica em 1996, com “Nha Vida”.
Lura estudava, na área de desporto, quando se iniciou nas lides musicais, aos 17 anos, a convite de Juka, cantor de São Tomé e Príncipe. Seguiu-se a gravação de “Mulemba Xangola”, em dueto com o angolano Bonga e, em 2004, editou o álbum “Di Korpu Ku Alma”, onde define a sua identidade musical e cultural cabo-verdiana.
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