A Ilha das Berlengas foi o local escolhido pela Quinta de Lemos para a apresentação ao mercado de um novo vinho o Manuela Rosé 2015, e das novas colheitas Dona Paulette 2015, Alfrocheiro 2012, Jaen 2012 e Touriga Nacional 2012.
O homem sonha, a Quinta nasce
Localizada no vale do Dão e escondida numa altitude de 340m, onde se encontram 25 hectares de vinha e 3000 de oliveiras, a Quinta de Lemos nasce de um sonho do viseense Celso de Lemos: o de criar vinhos exclusivos.
“Celso de Lemos é um dos embaixadores do vinho português”, diz-nos Eduardo Figueiral, diretor comercial da Quinta de Lemos. “A sua filosofia sempre foi a de fazer as monocastas originárias do Dão: Touriga Nacional, Jaen, Tinta Roriz e Alfrocheiro”, explica. Embora a marca também tenha os blends, que “à moda Celso Lemos têm todos nomes de família”. Dona Santana, nome da sua avó; Dona Georgina, nome da sua mãe; Dona Louise, nome da sua sogra; e Dona Paulette, nome da sua esposa.
Mas antes dos vinhos, foram os tecidos a sair das caves da família de Lemos. Há cerca de 40 anos, pelas mãos do empresário formado em engenheira química, nascia a marca Abyss & Habidecor, cujas toalhas foram descritas, em 2007, como “as melhores do mundo” pelo Wall Street Journal. A paixão de Celso de Lemos, que abandonou os relvados de Alvalade para se dedicar a esta indústria, colocou a marca nas bocas (ou nas mesas e nas camas) do têxtil mundial.
Manuela é o primeiro vinho rosé da Quinta de Lemos
E como “Celso de Lemos não esquece ninguém”, o primeiro vinho rosé da Quinta de Lemos é também ele uma homenagem a uma mulher da família. Desta vez a uma sobrinha, Manuela.
Manuela é um rosé “com um estilo um pouco diferente, um vinho gastronómico, denso e estruturado, e não social”, explica o enólogo da Quinta. Tem “uma cor absolutamente sedutora aos meus olhos e uma tonalidade salmão encantadora”. Contrariando o conceito do rosé social, “Manuela é um vinho fresco e leve”.
Natural de Viseu, Hugo Chaves participou na fundação da Quinta de Lemos em 1997. Aparte de ser enólogo e consultor de enologia, Hugo é também armador. Do copo, passamos para o garfo e faca. Da vinha, para o mar. À boleia da Quinta Lemos, na companhia de Hugo e Pedro.
Aliaram “o melhor peixe do mundo ao melhor vinho do mundo”
À chegada às Berlengas conhecemos Pedro Jorge, um nome que todos conhecem na ilha – e arriscamos, em Peniche. Uma caixa azul no chão revelava o que o almoço nos esperava: peixe fresco capturado de madrugada. Porque o melhor vinho requer o melhor peixe, esta combinação não só tem uma história de amizade por trás, como é a razão da vinda às Berlengas para conhecer os vinhos da Quinta de Lemos.
Pedro Jorge e Hugo Chaves têm por hábito juntar as suas famílias para dar as boas entradas, e em 2014 não foi diferente, como nos contou o primeiro. Mas entre passas e resoluções nasceu a ideia de um negócio, a “Mar dos Pargos”, uma empresa de distribuição de peixe. A premissa era simples: queriam juntar “o melhor peixe do mundo ao melhor vinho do mundo” e com isso “ter um bom vinho em Peniche e um bom peixe em Viseu”, conta o pescador. De uma ideia, com o selo de uma amizade, nasceu uma estrutura sólida. “Somos apaixonados por aquilo que fazemos”: Pedro trata do peixe, Hugo trata do vinho.
O peixe esse é pescado ao largo das Berlengas, mais ou menos a uma milha a oeste da ilha. “A nossa zona de intervenção é nas Berlengas, onde se pesca o melhor peixe do país e quiçá do mundo”, diz-nos o enólogo-armador sem rodeios.
É das embarcações “Ninas” e “Dois Filhos”, nomes em homenagem às famílias de Pedro e Hugo, que são lançados os anzóis que levam o peixe da “Mar dos Pargos” das águas de Peniche às cozinhas dos restaurantes Mesa de Lemos, em Viseu, e Mar & Sol, nas Berlengas, entre outros. Na mesa e na lota, os mais procurados são o robalo e a dourada. As especificidades da água associadas à tipologia das rochas onde são pescados conferem-lhes características únicas, explica Pedro Jorge. E preços? “A qualidade vence o preço”, garante-nos.
Comentários