O Bar Procópio abriu as portas e serviu um belo chá aos... "Falta de Chá". O SAPO24 aproveitou a deixa e sentou-se à mesa com eles. Ricardo Cardoso e Guilherme Duarte dizem que não querem ser os Gato Fedorento, mas querem ser bons. O humor deles não tem limites, mas depara-se com fragilidades. Pandas é uma, dildos são outra. Esta é a história de uma série de comédia de sketches curtos, filmada com a qualidade de um filme de ação e que tinha tudo alinhavado para ir parar à televisão, mas não foi. Mas atenção! Ainda pode ir. Eles não rejeitam a ideia e dizem abrir a mão à CMTV, até porque, como diz o Ricardo, eles não fazem isto por dinheiro, assumindo, contudo, que "faziam algumas coisas por muito dinheiro".
Ouvi dizer que vocês se conheceram num workshop de humor.
Ricardo: É verdade. Conhecemo-nos num workshop de escrita de humor e foi amor à primeira vista.
Amor? Logo?
Guilherme: Da parte dele!
Cruzaram-se olhares...
R: Ele disse que escrevia um blogue, e eu disse: "Tu não és aquele gajo que escrevia umas cenas". E ele disse: "Ya, e tu és o gajo do YouTube". Houve ali qualquer coisa.
G: E eu sabia onde tu trabalhavas.
R: E ainda há essa! Vamos voltar mais atrás.
Então?
G: Somos os dois engenheiros informáticos. E eu trabalhei na NovaBase e quando saí, ele entrou.
R: Quando eu cheguei disseram-me logo: "Ah tu és engraçado. Havia cá um gajo que também tinha a mania que era engraçado".
Portanto, já andas atrás do Guilherme há vários anos, Ricardo.
R: Tenho uns 3 ou 4 anos de atraso, mas vou lá chegar! O meu objetivo é ganhar os blogues do ano na categoria de moda (risos).
Guilherme, quando soubeste que havia um Ricardo a querer fazer cenas contigo, ainda tiveste esperança de que fosse o Ricardo Araújo Pereira (RAP)?
G: Ainda tive, mas já sabia que o RAP não me ia ligar, nem fiquei à espera dele.
R: Ainda hoje estamos à espera dele.
G: RAP, se estiveres a ler esta entrevista vê o e-mail que mandei.
R: ... Há dois anos! (risos)
Parece que ele é um nome consensual aqui.
G: Sim, é um dos nossos ídolos no humor. RAP, Bruno Nogueira, João Quadros...
R: E isso é giro porque nós também temos as mesmas inspirações. Bebemos de vários sítios e isso ajuda a pegarmos em referências e decidir o que não queremos ser. Nós não queremos ser os Gato Fedorento. Queremos ser uma coisa boa e não ser os Gato Fedorento.
Porquê?
G: Eles fizeram o que fizeram com tanta qualidade que estar a fazer outra coisa no mesmo formato e com menos qualidade... Aliás, é impossível termos a mesma qualidade à primeira.
R: Um gajo faz uma imitação de uma voz e uma pessoa vai logo: "Ricardo Araújo Pereira". E nós tivemos muito pouco disso. Mas foi natural. Temos algumas imitações de personagens, com vozes mais características... Mas acho que correram bem. Eu estou contente.
G: Eu também.
R: Eu vejo a série. (risos)
G: Eu já estou farto de ver os episódios.
Então? Andaram a fazer maratonas de "Falta de Chá"? Cansaram-se?
R: Nós já estamos um bocado fartos de nós.
G: Por causa da edição, vemos cada sketch 50 vezes... Já não achamos piada a nada. Trabalhamos tanto que no fim perguntamos: será que isto tem piada? Teve da primeira vez e é essa que conta.
Agora passam muito tempo um com o outro. Já conseguem dizer quem é que tem mais "Falta de Chá"?
R: Ele é mais o gajo das 'bojardas'. Nas personagens eu sou capaz de chegar aos calcanhares dele.
G: Sim, mas quando saímos à noite sou eu que tenho mais Falta de Chá.
R: Eu sou mais tímido...
G: Ele fica com medo. Fica com medo da bebedeira. Parece que está a fazer um crime.
Ricardo, o Guilherme embebeda-te?
R: Embebeda-me para se aproveitar de mim.
G: E queres dizer com o que é que tu te embebedas?
R: Com sidras de maçã e morangoscas...
G: Com palhinhas cor-de-rosa!
R: Pedir bebidas de gaja é a minha cena.
Já vimos quem tem mais falta de álcool. E de chá? Afinal como é que ficamos?
R: Eu tenho mais educação, sabes como é.
G: Não vem da Buraca como eu. Bairro fino...
Já o foste buscar à Buraca, Ricardo. Foste tu que o convidaste para este projeto?
R: Houve uma oportunidade para ter um projeto na televisão. E naquela altura fui chamar a pessoa a quem achava mais piada. Achei que ele tinha talento, mas naquela altura era uma pessoa humilde, não tinha milhões de seguidores. Eu via a qualidade no trabalho do Guilherme.
G: Foste tu que me descobriste, não é? (risos)
R: Sim, fui teu agente (risos). Não, mas tu também já me conhecias.
E o que é que aconteceu a esse projeto?
R: Eu disse que gostava de fazer uma série de sketches, e acho que ele tem muito talento a escrever. Por isso disse: vamos lá fazer uma cena. Entretanto aquilo para a televisão não aconteceu e as coisas seguiram outro rumo. Eu lancei outra série para o YouTube, o Guilherme seguiu com os seus livros e decidimos voltar ao projeto da série que já tínhamos em caixa. E começámos a escrever, ainda não sabendo como íamos lançar. E aí o Guilherme faz um post... E agora continua ele a história.
Passa a bola ao outro e não ao mesmo.
G: Na altura estávamos a escrever. Já tínhamos mais ou menos o conceito, uma coisa com mais ritmo, com sketches mais curtos.
E estavam para fazê-lo por vocês mesmos, não era? Com o vosso material.
G: A ideia era: tínhamos duas câmaras e uns tripés e íamos filmar aquilo não sei como. Então fiz um post no meu blogue - já nem sei bem porquê! -, e a meio perguntava "se alguém tiver aí uma câmara e quiser ajudar a gravar". E houve um gajo que me respondeu.
R: Um senhor gajo!
G: Ele disse que tinha umas câmaras lá por casa. Na altura agradecemos a disponibilidade, mas dissemos que ainda estávamos a acertar pormenores. Ficámos de dizer qualquer coisa. Entretanto ele enviou-nos algumas coisas que já tinha feito, não na área de humor, mas com uma qualidade brutal. Aquilo ia trazer uma coisa completamente diferente. Falámos com ele, mostrámos [a ideia] e a Até Que Enfim Produções ficaram agradadas com o projeto e decidiram investir nisto de cabeça.
De cabeça? É raro nos dias de hoje.
G: Nós não lhes pagámos nada.
R: Eles acreditavam mais em nós do que nós no nosso projeto. Eles diziam que isto “ia bater", e nós, desconfiados: "Hum... a ver vamos" (risos).
G: Se calhar era demasiado ambicioso, 60 sketches assim de repente.
R: Sim, conseguimos convencer um gajo que queria só fazer "umas coisinhas" a "temos aqui uma série que são 60 sketches". Só para ver se funciona (risos).
Já gravaram tudo para não falhar a hora do costume à segunda-feira?
G: Eu e o Ricardo estamos nisto a part-time. Eu ainda trabalho a tempo inteiro, o Ricardo trabalha a part-time, e a produtora também acabou por fazer isto nas horas livres. Foi assim.
Então vocês fizeram 60 sketches nas horas livres.
G: Achámos que era melhor gravar tudo porque ou um de nós ou a produtora ia ter uma fase de maior trabalho em que poderia não conseguir gravar, e depois aquilo ficava ali a meio. Então decidimos esperar um bocadinho mais. Não podíamos ter tanta atualidade...
R: Aliás, nós não temos atualidade.
G: É mais cultura pop.
Mas conseguem ir de encontro ao que se tem feito as manchetes dos jornais. Por exemplo no segundo episódio, na cena do ‘Walking Tuga’ sobre estágios.
R: Mas isso já vem de alguns anos.
G: Sim, falamos do Tinder. Também está na moda. Mas é aquelas modas que vão durar dois ou três anos, pelo menos.
Foram pelos temas intemporais, portanto.
R: E é mais difícil fazer humor com isso, porque se tivéssemos um sketch a gozar com a Maria Leal ‘ia bater’.
G: Oh Ricardo, estás a dizer mal do pessoal dos Donos Disto Tudo? Que é fácil fazer o que eles fazem?
Ri: Nãooooo! O que eu estava a fazer era a falar mal do blogue do Guilherme, que usa textos da atualidade e consegue...
G: Olha, nem me lembrei disso.
R: Já te lixei.
E assim sendo com temas intemporais como foi o processo criativo?
R: Tanto eu como o Guilherme trouxemos muitas ideias para a mesa. A primeira reunião foi: eu trago trinta ideias de sketches e tu outras trinta. E trinta sobrevivem. As minhas ganharam (risos).
G: Ganharam para ficar para depois. Eram tão boas que não entram na primeira série.
R: Não, estou a brincar. Estivemos ali, batalhamos muito e depois saíram 45 daquelas 60. Depois foi trabalhar os textos.
G: Depois, mais vinte saíram, e entraram outros... Fomos adicionando alguns.
R: No final já estava muito mais fluído. Nós até já confiávamos mais um no outro.
Acabou por ficar um humor mais diferente.
G: Apesar de eu gostar das coisas que ele faz, e ele gostar das coisas que eu faço, o humor que fazemos é um bocado diferente. O meu se calhar é um bocadinho mais agressivo...
R: O meu é um bocadinho mais 'pussy', não é?
O que é humor ‘pussy’? É não dizer asneiras?
R: Essa foi uma das regras que inicialmente tínhamos: não vamos usar asneiras. Vamos tentar fazer uma coisa sem asneiras. Achava que não era preciso. E perdi essa batalha (risos). Mas fiquei feliz por ter perdido, porque aqueles sketches em que adicionámos asneiras - e há um sketch em que eu digo bué asneiras! - acho que ficaram giros.
G: Faz sentido ali. A piada não vem da asneira, vem da situação daquela personagem estar a dizer asneiras.
R: Por exemplo o "Stand Up", aquele sketch em que ele começa a dizer imensas asneiras e eu levanto-me e digo: "Adoro humor inteligente".
G: Aí, por exemplo, é uma crítica ao pessoal que só gosta de humor com asneiras.
Esse foi o único limite que definiram?
R: O limite era: tudo o que achássemos piada, íamos abordar. Ele tinha de me convencer das ideias dele, e eu tinha de o convencer das minhas.
Sem constrangimentos.
G: Não havia nenhum tema fora dos limites.
R: Se calhar divulgamos já que temos um sketch a gozar com o Estado Islâmico. Só para dizer que vamos morrer.
G: Provavelmente sim.
R: Se calhar eles não se querem associar a nós.
G (sussurro): Não assinem o artigo...
Acham que se habilitam a ser censurados?
G: Vamos receber reports de pessoas que vão querer mandar aquilo abaixo, mas não vai cair. Mesmo se isto passasse na televisão acho que apenas teria alguns ‘pis’. Mas pessoas ofenderem-se com alguns sketches, isso vai acontecer. Espero bem que sim, é bom sinal.
Mas esperem lá! Pandas não era o vosso limite?
G: Ah sim! O limite é o panda, não são as crianças deficientes.
Ri: Esse sketch foi chegar ao local e improvisar. O gajo disse: "Só temos aqui a máscara de um panda". E nós: "É o panda". Temos de usar o panda. A ideia já estava pensada, já íamos pegar num adereço qualquer e dizer que aquilo era o limite, mas o panda ficou fixe.
G: Sim, não havia esses limites. Temos algumas coisas mais viradas para o humor negro, mas poucas.
R: Talvez uma em que falamos da religião...
G: Sim, mas isso não é humor negro. É a mesma coisa que fazer humor com a história da carochinha. Nem sequer considero isso humor negro hoje em dia…
Sem polémicas, então.
R: Nós não queremos fazer nada que choque. Os vídeos não são partilháveis no sentido em que tu vês um sketch e vais partilhar por gostaste daquele. Há muitos em cada vídeo. Para se partilhar no YouTube é difícil, ou no Facebook. Temos vários temas, não é fácil...
G: Como um sketch que ataca solto, que quem se identifica vai partilhar aquilo.
À parte de ser partilhável ou não, conseguiram concretizar aquilo que queriam?
R: Nós fizemos algo com que sempre sonhámos: uma série de sketches bons e porreiros.
G: E com uma qualidade em termos de produção que nós nunca imaginámos que podíamos ter.
R: Acho que é o melhor da série, a qualidade (risos).
A qualidade dá outra identidade ao "Falta de Chá". Nunca se fez nada assim para o YouTube.
G: Mas isso mete muita pressão, porque se isto falhar é só por nossa culpa. Ninguém pode dizer "eles tinham muita piada, mas estava com má imagem". Não, foi ao contrário, aquilo estava com muito boa imagem. É pena é estes gajos…
"Falta de Chá"... Como é que chegaram a este nome?
R: Reunimos vários nomes e decidimos: vamos começar a pedir aos nossos amigos. No fim juntámos tudo, somámos tudo e "Falta de Chá" ganhou.
Sentem que estão a abrir caminho para outros projetos?
R: Talvez. Acho que só vamos perceber isso no fim.
G: Acho que é um formato a que as pessoas ainda se vão ter de habituar. Ainda está tudo muito habituado ao sketch de quatro/cinco minutos, um só sketch com muito texto. Mas aqui sentimos muito a diferença, sobretudo do primeiro para o segundo sketch.
Achas que as pessoas tinham outra ideia do que ia ser esta série?
G: As pessoas no final do primeiro sketch do episódio diziam: "então mas isto já acabou?". E agora percebem que isto é algo com ritmo. Chega ao fim e eu tenho vontade de ver mais. E em seis minutos a pessoa vê seis sketches.
R: Continuas a história, enquanto na televisão tinhas de fazer algo obrigatório, tipo quatro minutos, porque é o tempo que pagaste.
G: E aí também ia expor as nossas deficiências como atores. Um texto que mereceria uma personagem mais forte... O facto de serem mais curtos também foi uma estratégia.
R: No meio de 50 e tal, fizemos dois ou três sketches de três minutos, foram os maiores. Porque achámos que o texto tinha realmente qualidade para prolongar-se.
Sinto que há aí uma estratégia que não me estão a querer contar.
R: Os sketches são dinâmicos e rápidos. Não te cansas. A este não achaste piada, mas se calhar ao outro vais achar.
G: Foi mau, mas não te cansas porque vem outro.
R: És demasiado preguiçoso para desligar o vídeo. Essa é a estratégia!
G: O problema é que depois chegas ao fim e não houve nenhum bom (risos).
Se a tal proposta para a televisão voltasse… Acham que o futuro do "Falta de Chá" poderia passar pelo pequeno ecrã?
R: Acho que o "Falta de Chá" pode sobreviver de várias formas. Acho que o formato pode mudar um bocado, acho que nós como escritores/humoristas/atores/bloggers de moda/engenheiros informáticos temos capacidade para criar mais conteúdos desta dimensão.
G: A televisão não está a apostar muito neste tipo de conteúdos. Já há alguns anos que a aposta no humor decresceu muito. Antes tínhamos durante o ano inteiro programas de humor, "Malucos do Riso", "Contra Informação”, o Herman, “Os Contemporâneos”... Agora temos os "Donos Disto Tudo", temos o Bruno Nogueira, de vez em quando, e o Ricardo Araújo Pereira, mas já não tens continuamente humor em prime time. Mas quando há passam-no muitas vezes. Por isso acho que temos de deixar tudo em aberto, se não ainda acabamos no Correio da Manhã TV.
Recusavam ir para a CMTV?
G: Nunca se vai dizer que se recusa uma coisa.
R: Isto é um paradoxo, porque nós não fazemos isto por dinheiro, mas fazíamos algumas coisas por muito dinheiro.
G: Somos umas prostitutas, no fundo. Todos nós temos um preço. Isso é como ter marcas para patrocinar. Há marcas que fazem sentido...Mas depende do dinheiro.
R: E da liberdade também. É mais a liberdade criativa, porque mesmo que apareça uma seguradora e diga "vocês podem fazer o que quiserem". Nós realmente podíamos fazer uma coisa gira.
Ricardo, tu que já tens mais trabalhos neste registo: esta é a “coisa” mais “gira” que fizeste?
R: É o projeto até hoje que me deu mais prazer e que o resultado final é o melhor. Acho eu. Se calhar o Guilherme tem fãs que o querem ver só a escrever. E eu tenho fãs que querem que eu só faça vídeos de apanhados.
G: Acho que quem seguia o meu blogue já estava habituado àquele registo que nem sempre é de humor, em que muitas são só crónicas de opinião. A maioria das vezes tento ter piada, mas a maioria dos textos tem também uma mensagem por trás. Mas sim, há pessoas que dizem "Não curti ver os sketches. Acho que não tens piada nenhuma no vídeo." Mas dá-me gozo.
R: Acho que agora é uma boa altura para admitir que sou eu, com contas falsas…
Guilherme, notaste alguma diferença por teres saído do papel para os ecrãs?
G: É algo onde eu me queria testar. Estou mais contente com o resultado do que aquilo que eu pensei. Notei uma evolução dos primeiros sketches para os últimos. Mas dá-me gozo a fazer e isso é que interessa. Eu tenho um trabalho, ganho dinheiro. Eu faço isto por prazer não o faço a pensar se tenho jeito ou não.
R: Eu acho que tens. Isto foi uma luta! Ele tinha aquela insegurança no início em que não sabia se aquilo ia funcionar bem. Funcionou bem, e a química das personagens também. Tanto dentro como fora do cenário.
O humor extravasou o cenário de filmagens?
R: Nós chegámos a ter alguns sketches em que era difícil gravar porque não conseguíamos parar de rir. E quando digo nós, digo eu. Houve um em que eu realmente ultrapassei os limites...
G: Já víamos o pessoal da produção, a pensar: "Porra..."
R: É o corpsing. É aquele momento em que já não controlas o riso.
G: Já nem tu estavas a achar piada!
R: Eu estava a sofrer... Era um sketch em que estávamos de cócoras numa carrinha. Dói imenso estar assim. E eu já estava a sofrer, mas eu não conseguia dizer a minha frase porque desmanchava-me a rir.
G: Foram precisos uns trinta takes!
R: Era preciso aguentar um silêncio durante 30 segundos. E durante esse silêncio tinha de estar a agarrar um dildo na mão e a fingir que era normal. E o Guilherme dizia: "Porque é que estás com o dildo na mão?". E eu tenho de estar ali, algum tempo, a olhar para o dildo, e não conseguia. Desmanchava-me a rir.
Dildos? É esse o teu ponto fraco?
G: Ele fica 'nervosão' com um dildo na mão!
R: Com dildos de plástico...
O facto de serem nativos nas redes sociais tem ajudado?
G: Cada um de nós já tem uma persona forte nas redes sociais, e que comunica bem. Eu comunico de uma maneira e o Ricardo de outra, que é não responder às mensagens.
R: Que é ser antissocial nas redes sociais.
G: Eu nas redes sociais gosto de responder a quem diz bem e a quem diz mal. E já sabemos também do que é que as pessoas estão à espera de nós.
G: E o facto de sermos os dois informáticos dá-nos outra liberdade. Se quisermos fazer um site fazemos nós, se quisermos fazer uma aplicação fazemos nós.
Esta pergunta é obrigatória: Vamos ter uma segunda temporada?
R: Acho que é do interesse de todos. Eu e o Guilherme estamos nisto porque gostamos muito de o fazer.
G: Por nós, sim. Agora é a questão do tempo e de tornar isto sustentável. Porque para nós foi um grande investimento de tempo, e para a produtora não foi só tempo. Foi dinheiro e eles estão contentíssimos com o resultado e sei que querem fazer mais coisas, seja em que formato for. Mas as pessoas têm de ganhar dinheiro e de se sustentar. É impossível haver 5 temporadas de "Falta de Chá" e não haver nenhum retorno.
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