“Graças aos temas ‘Astefia’, produzido e misturado por Stego, e ‘Hestia’, produzido por Filipe Survival e Diogo Guerra, e misturado por Eduardo Monteiro, resultado de um ‘camp’ com Alba Reche em Espanha, durante 2019, a RedMojo vê assim o seu trabalho reconhecido internacionalmente”, lê-se num comunicado hoje divulgado pela produtora.
A RedMojo surge na lista de nomeados, divulgada na terça-feira, na categoria ‘Best Engineered Album’ (traduzido pelos prémios como “Melhor Álbum de Engenharia de Gravação”), pelo trabalho feito para “Quimera”, da cantora espanhola Alba Reche.
Nesta categoria, o prémio é atribuído aos responsáveis pela gravação, mixagem e masterização. Além dos portugueses, estão também nomeados pelo trabalho em “Quimera”, entre outros, os espanhóis Alex Ferrer e Mon Dvy.
A RedMojo, produtora de música e vídeo criada em 2015 em Lisboa, tem uma equipa que inclui seis produtores, quatro compositores e dois realizadores.
Desde 2015, já produziram álbuns e temas de Diogo Piçarra, Virgul, Blaya, Fernando Daniel, Mickael Carreira, Natalia Lacunza e Lola Indigo. Além disso, “já trabalharam com artistas como Madonna, PitBull, Pusha T, Rich The Kid e Anitta, entre outros”.
Em paralelo com a música, a RedMojo “produz para os filmes da Marvel, séries da HBO e marcas como a Pusha T, a Nike e a Vodafone”.
Além da RedMojo, há mais portugueses entre os nomeados para os Grammy Latinos 2020.
O fadista Camané e o pianista Mário Laginha estão indicados na categoria de "Melhor Álbum de Raízes" em língua portuguesa, com o disco "Aqui está-se sossegado", a partir do repertório de fado.
"Aqui está-se sossegado" começou por ser um projeto de atuações ao vivo de Camané com o pianista Mário Laginha, desenhado em finais de 2018, e o álbum só viria a ser editado em novembro de 2019.
Em dezembro de 2018, Camané explicava que o fado, quando começou, era tocado ao piano. "Só mais tarde se tornaria [ao fado] mais fácil tocá-lo" com "a guitarra portuguesa, a viola… primeiro, a guitarra portuguesa, depois, passados muitos anos, a viola e depois o baixo e o contrabaixo".
Neste álbum, Camané e Mário Laginha interpretam, por exemplo, "A Casa da Mariquinhas" (João da Silva Tavares / Alfredo Marceneiro), "Com que voz" (Luís de Camões/Alain Oulman), "Abandono" (David Mourão-Ferreira/A. Oulman) e o inédito "Rua das Sardinheiras", de Maria do Rosário Pedreira e Mário Laginha.
A cantora de jazz Maria Mendes está indicada para o Grammy Latino de "Melhor arranjo", com o tema "Asas Fechadas", de Amália Rodrigues, que gravou no álbum "Close to me", com John Beasley e a Metropole Orkest da Holanda, lançado em outubro de 2019.
"Close to me" é o terceiro disco da cantora portuguesa, radicada há mais de uma década na Holanda, e o primeiro totalmente cantado em português.
Em entrevista à agência Lusa, quando o álbum saiu, Maria Mendes recordou que a ideia de "pegar no fado e no folclore português, e tê-los como ponto de partida para um conceito criativo musical mais moderno e mais conceptual", surgiu na sequência de um convite para integrar as festividades do Dia do Jazz, em Roterdão.
“Pediram-me que pegasse num tema folclórico holandês, de Roterdão, e desse uma reviravolta para jazz e eu decidi fazer uma composição mais longa, adaptando o ‘Barco Negro’ juntamente com esse tema holandês”, recordou.
Entre os 11 temas que compõem o álbum há adaptações de alguns fados "menos conhecidos", como "Asas Fechadas", de Amália - agora nomeado para os Grammy Latinos - , e outros "um bocadinho mais óbvios", como "Foi Deus" e "Tudo isto é fado", da mesma fadista.
Além de Maria Mendes e do trio que a acompanha há cerca de dez anos, o disco conta com a participação da Metropole Orkest, orquestra holandesa de jazz sinfónico.
A decisão de incluir a orquestra surgiu no momento final da adaptação musical e arranjos, que Maria Mendes partilhou com o produtor do álbum, John Beasley, "um dos maiores produtores e diretores musicais de jazz internacional".
A 21.ª edição dos Grammy Latino, com o colombiano J Balvin a liderar as nomeações em 13 categorias, decorrerá a 19 de novembro.
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