Hoje em Portugal as atenções estão voltadas para três ‘F': de manhã para Fátima (onde estará o papa Francisco a canonizar os pastorinhos Francisco e Jacinta, no centenário das “aparições”), ao final da tarde para o Futebol (o Benfica pode sagrar-se tetracampeão português de futebol, pela primeira vez na história, caso vença o Vitória de Guimarães no Estádio da Luz, em Lisboa) e à noite para o Festival.
A final do Festival Eurovisão da Canção é disputada no Centro Internacional de Exposições de Kiev, na Ucrânia, por 26 países – Portugal, Moldávia, Azerbaijão, Grécia, Suécia, Polónia, Arménia, Austrália, Chipre, Bélgica (apurados na primeira semifinal), Áustria, Roménia, Holanda, Hungria, Dinamarca, Croácia, Noruega, Bielorrússia, Bulgária, Israel (apurados na segunda semifinal), França, Alemanha, Itália, Espanha, Reino Unido (os denominados ‘Cinco Grandes’) e a Ucrânia (país anfitrião) – e Salvador Sobral atua na primeira parte da cerimónia, que pode ser acompanhada em direto a partir das 20:00 na RTP e no Youtube.
O momento da atuação do cantor português foi decidido por sorteio, realizado numa conferência de imprensa na terça-feira, depois da primeira semifinal e durante a qual Salvador Sobral alertou para o drama dos refugiados: “Se estou aqui e se tenho exposição [mediática] europeia, o mínimo que posso fazer é deixar uma mensagem humanitária”, disse na altura.
A atenção dada ao Festival da Eurovisão é este ano maior do que em anos anteriores porque esta poderá ser a primeira vez que o país entra nos cinco melhores de uma final, de acordo com as análises internacionais e casas de apostas.
No ‘site’ eurovisionworld.com, dedicado ao concurso e que faz uma média de várias casas de apostas, Portugal encontrava-se, até quinta-feira e desde 06 maio, no segundo lugar do pódio. Na sexta-feira, destronou Itália do primeiro lugar, posto que aquele país ocupava desde 18 de fevereiro.
No mesmo ‘site’, é perguntado aos internautas quem irá vencer o festival: até sexta-feira, 20% escolhiam Portugal, 15% Itália e 08% a Bélgica.
A avaliar pelas apostas, o italiano Francesco Gabanni, com “Occidentali’s karma”, tema num estilo ‘electropop’ cujo vídeo conta com mais de 110 milhões de visualizações no Youtube, é o grande rival do cantor português.
Apesar disso, Salvador Sobral tem sido considerado pelos jornalistas que acompanham habitualmente o concurso “a grande sensação do festival”.
Nas redes sociais são várias as manifestações de apoio ao cantor português, algumas até de estrangeiros, como de um grupo de jovens ucranianas e de um outro de crianças espanholas que gravaram vídeos nos quais cantam “Amar pelos dois”.
O vencedor é decidido, em partes iguais, pelo voto do público e de um júri profissional, de cada um dos países participantes.
“Amar pelos dois”, composta por Luísa Sobral, venceu a 06 de março a final do Festival da Canção, que decorreu no Coliseu dos Recreios em Lisboa e foi disputada por oito canções.
Com este tema, Portugal regressou à Eurovisão, após um ano de ausência, onde se estreou em 1964. A melhor classificação portuguesa no concurso foi um sexto lugar em 1996, com a canção “O meu coração não tem cor”, interpretada por Lúcia Moniz. A última vez que Portugal competiu numa final do Festival Eurovisão da Canção foi em 2010.
À parte da participação portuguesa, esta edição do Festival Eurovisão da Canção ficará marcada pelo conflito entre a Ucrânia e a Rússia.
A 13 de abril, a Rússia anunciou que não iria participar no concurso após a Ucrânia ter impedido a entrada da concorrente russa em território ucraniano. A cantora Yulia Samoylova está proibida de entrar na Ucrânia durante três anos, por ter dado um concerto na Crimeia em junho de 2015, após a anexação russa daquela península em 2014.
A organização do festival, que insiste na participação da cantora russa, ameaçou excluir a Ucrânia das próximas edições do concurso se Kiev insistir em proibir a entrada de Yulia Samoylova no país.
Entretanto, a Rússia já anunciou que a cantora irá representar o país na edição de 2018 do concurso.
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