Protagonizado por Nuno Lopes, o filme conta a história de Jorge, um pugilista que aceita trabalhar numa empresa de cobrança de dívidas para sobreviver e evitar que a mulher e o filho emigrem.
A narrativa é de ficção, mas tem um enquadramento na atualidade, num tempo de crise económica, de desemprego, desigualdades, encerramento de empresas, trabalho precário e baixos salários.
"Para a minha geração foi um momento muito marcante, o momento da crise, o momento em que sentimos o país a afundar. (...) Era um momento decisivo em que a própria soberania do país era posta em causa", afirmou o realizador à agência Lusa.
O filme conta com atores profissionais, mas também não-atores, a quem é dada voz para falar sobre crise, desemprego e falta de dinheiro.
"Havia um hiato enorme entre o que se ouvia falar sobre a crise, nos telejornais e nas rádios, e aquilo que víamos todos os dias nos bairros sociais. Quisemos falar sobre esse hiato e quisemos pôr rostos e dar voz", disse Nuno Lopes à Lusa.
O filme valeu a Nuno Lopes um prémio no festival de Veneza e chega agora a mais de 20 salas de cinema depois de ter tido uma antestreia na Cinemateca, em Lisboa, que contou com a presença do primeiro-ministro, António Costa.
"São Jorge" é "um duro soco de realidade que nos inspira a continuar a mudança", escreveu António Costa na rede social Twitter.
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