De acordo com Mariana Vieira da Silva, o governo preparou “para os próximos dias” o lançamento do programa de formação conjunto para esta área “para todos os serviços da administração pública que estão envolvidos na resposta à violência contra as mulheres”.
“Um dos grandes ganhos que tivemos nos últimos anos é esta perceção de que este problema da violência contra as mulheres e a violência doméstica não é um problema da área da igualdade, não é um problema da área da segurança social, da área da justiça, nem da administração interna, é um problema de todos e que procura ter respostas em todas as dimensões da nossa vida em sociedade”, defendeu a ministra, que falava na abertura de um 'webinar' sobre prevenção e combate à violência no namoro, que decorreu na página de Facebook da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG).
A ministra adiantou que as ações de formação deverão começar ainda durante o mês de fevereiro e deverão abranger 17 mil pessoas, com o objetivo de haver “em todas as respostas públicas um conjunto de pessoas preparadas para lidar com este fenómeno”.
Acrescentou que a aposta só poderá ter sucesso se também visar crianças e jovens, defendendo que é preciso um “grande envolvimento das escolas”.
Frisou que com os condicionalismos atuais, que obrigam pais e filhos a estarem mais tempo em casa, é preciso mais diversidade na forma como se consegue chegar a todos os jovens, lembrando que as tecnologias digitais também têm servido para “expor as mulheres e as raparigas à violência online porque se torna ainda mais invisível”.
Mariana Vieira da Silva citou dados da UMAR - União Mulheres Alternativa e Resposta para destacar que “dois em cada três jovens consideram naturais comportamentos que configuram violência no namoro” e que “mais de metade dos jovens portugueses revelam já ter sofrido pelo menos um ato de violência no namoro”.
“O segundo número é absolutamente dramático e esmagador, o primeiro número é aquele que nos faz temer pela dificuldade em reduzir o segundo número porque se achamos que um determinado ato que é violência no namoro é natural, dificilmente estamos preparados para dizer que não o aceitamos porque ele é apenas natural”, defendeu a ministra, sublinhando que se trata de “uma preocupante realidade”.
O Governo tem a partir de hoje uma nova campanha contra a violência no namoro, dirigida aos mais jovens e com a parceria do cantor AGIR e de influenciadores digitais, para esclarecer comportamentos e divulgar linhas de apoio.
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