O presidente Donald Trump interrompeu abruptamente, na semana passada, uma conversa telefónica com o primeiro-ministro australiano, revela o jornal The Washington Post. De acordo com o jornal, Trump interrompeu a conversa com Malcolm Turnbull depois de elogiar a sua vitória eleitoral de novembro e criticar o acordo para receber refugiados. A conversa estava prevista para durar uma hora e ficou assim pelos 25 minutos.
A Austrália é um dos aliados mais próximos dos Estados Unidos, um dos chamados "cinco olhos" com os quais Washington partilha informações consideradas sensíveis. Segundo o jornal americano, Donald Trump encerrou a conversa dizendo ao primeiro-ministro australiano que nesse dia [sábado, dia 28] tinha falado ao telefone com quatro líderes mundiais, incluindo o presidente russo Vladimir Putin, e que aquela "tinha sido a pior conversa de todas".
Ao ser questionado sobre a notícia do jornal americano nesta quinta-feira, o primeiro-ministro australiano respondeu: "Agradeço o interesse, mas é melhor que estas coisas, que estas conversas sejam conduzidas de maneira franca e privada"."Posso garantir que a relação é muito forte", completou.
O relato do Post é bastante diferente do comunicado oficial divulgado pelos dois governos na semana passada. Turnbull disse na segunda-feira que havia concordado com Trump em honrar o acordo alcançado com o ex-presidente Barack Obama que previa que os Estados Unidos recebessem 1250 pessoas que a Austrália abriga em centros de Nauru e Papua-Nova Guiné.
Existem temores de que Trump rescinda o acordo depois de assinar um decreto anti-imigração que suspende a entrada de refugiados e cidadãos de sete países muçulmanos. Após a informação divulgada pelo Post, Trump colocou em dúvida o acordo no Twitter. "Vocês acreditam? A administração Obama concordou em receber milhares de imigrantes ilegais da Austrália. Por quê? Vou estudar este acordo estúpido", escreveu.
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