Os termos exatos e a data específica para a audição de Christine Blasey Ford são desconhecidos, já que as negociações entre os advogados e a Comissão Judicial do Senado, encarregue de avaliar a idoneidade de Kavanaugh para juiz do Supremo, estão a decorrer.
O presidente da comissão senatorial, Chuck Grassley, deu aos advogados de Blasey Ford até à tarde de hoje (hora local) para decidir se estava ou não disposta a depor perante a comissão.
Segundo a imprensa norte-americana, os advogados de Blasey Ford confirmaram a sua presença por ‘e-mail', pouco antes do fim do prazo dado.
Em entrevista ao jornal The Washington Post, Ford, agora de 51 anos, afirmou que Brett Kavanaugh e um amigo, ambos alcoolizados, encurralaram-na num quarto durante uma festa no começo dos anos 1980.
O magistrado, que nega a acusação, também já concordou em testemunhar.
No entanto, Christine Blasey Ford insistiu na acusação e pediu uma investigação do FBI sobre a questão.
Estas alegações estão a atrasar o processo de confirmação do polémico juiz, considerado extremista conservador pelos democratas, que também o acusam de não ter demonstrado todos os antecedentes profissionais, ao contrário de anteriores indigitações para o Supremo Tribunal norte-americano.
Donald Trump reiterou, na sexta-feira, o apoio a seu candidato e pôs em xeque o testemunho de Ford.
"Não tenho dúvidas de que, se o ataque contra a doutora Ford foi tão terrível como ela conta, então teria apresentado imediatamente as acusações às autoridades locais encarregadas do cumprimento da lei", escreveu na sua conta na rede social Twitter.
A mensagem de Trump provocou reações imediatas em vários setores, nomeadamente entre o movimento #MeToo, e a hashtag #WhyIDidntReport ("Por que não apresentei queixa") tornou-se no tema mais comentado no Twitter nos Estados Unidos.
Chuck Schumer, líder dos democratas no Senado, declarou que os comentários de Trump revelam uma profunda "incompreensão" do "trauma" que sofrem as vítimas.
Segundo Trump, "o juiz Brett Kavanaugh é um bom homem, com uma reputação intocável, que está a ser atacado por políticos radicais de esquerda que não querem saber as respostas. A única coisa que querem é destruir e atrasar. Não lhes importam os factos. Tenho que lidar com isso todo o dia em D.C. (Washington)".
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