“Até agora, não tinha sido possível explorar muito essa região da Via Láctea por causa da interferência da poeira no meio, que escurece grande parte do plano galáctico”, explicou o líder da investigação, Chervin Laporte, do Instituto de Ciências do Cosmos da Universidade de Barcelona (IEEC-UB).
A equipa, que publicou os resultados na revista académica “Monthly Notices of the Royal Astronomical Society”, analisou os dados de movimento enviados pela sonda espacial Gaia durante um ano.
“Embora a poeira afete a luminosidade das estrelas, não tem efeito no movimento estelar. Portanto, podemos usar o movimento das estrelas para obter uma tomografia [exame de imagem] das maiores regiões da galáxia”, acrescentou Chervin Laporte.
O mapa revelou a existência de diversas estruturas filamentosas na parte externa do disco que até então eram desconhecidas, além de oferecer uma visão mais clara das já conhecidas.
Simulações numéricas já previam a formação dessas estruturas filamentosas a partir de outras interações precedentes, mas os investigadores alertaram que não esperavam observar o grande número de subestruturas no novo mapa.
Em relação à origem dos filamentos, os astrónomos levantaram a hipótese de que as estruturas são os restos do disco externo da Via Láctea misturados com vestígios de galáxias anãs vizinhas.
“Porém, outra possibilidade é que nem todas essas estruturas sejam realmente subestruturas autênticas do disco, mas se devam a uma projeção do movimento que produz ilusão de ótica”, lembrou Laporte.
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