“As 28 pessoas foram indiciadas pela procuradoria por participarem nessa operação pacífica”, disse Katarzyna Guzek, porta-voz da Greenpeace na Polónia, à agência de notícias AFP.
De acordo com um comunicado do gabinete do procurador de Gdansk, os ativistas foram acusados de “invasão de propriedade” e por “inutilização e impedimento da operação” de importantes equipamentos portuários, o que pode levar a uma sentença de até 10 anos de prisão.
Os ativistas – de nacionalidades polaca, alemã, finlandesa, holandesa, austríaca e eslovaca – ficaram pendurados em duas gruas num terminal de carvão no porto de Gdansk.
Depois, os membros da Greenpeace penduraram duas grandes faixas nestas gruas com a inscrição “Polónia sem carvão 2030″, pedindo ao Governo polaco para proteger o clima e adotar um plano de transição para o abandono do carvão até 2030.
“Estas são acusações absurdas, inadequadas em relação ao que aconteceu no porto”, comentou Katarzyna Guzek.
Todos os ativistas foram libertados, após o pagamento de uma caução.
O bloqueio das gruas ocorreu dois dias após uma tentativa de impedir, usando o barco do Greenpeace Rainbow Warrior, que o navio procedente de Moçambique descarregasse o carvão.
Os ativistas ambientais escreveram no casco do cargueiro “Stop the coal”, em grandes letras brancas.
A polícia de fronteira polaca, armada com metralhadoras, entrou no barco. Uma ativista austríaca e o capitão, cidadão espanhol, foram presos e, posteriormente, libertados.
“A polícia de fronteira polaca abriu uma investigação sobre esta operação”, acrescentou Guzek.
O Governo conservador nacionalista polaco optou por reduzir gradualmente a dependência da economia do país do carvão, produto que a Polónia possui reservas e importações substanciais.
Varsóvia e Budapeste rejeitaram a proposta da União Europeia de eliminar as emissões de gases de efeito estufa até 2050, dizendo que esse objetivo era incompatível com o desenvolvimento de suas economias.
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