“Foi a própria freguesia que teve de tomar medidas. Veja-se o desnorte de uma transição que devia estar pensada e planeada há não sei quanto tempo. E continuamos com a sensação de que tudo isto é eleitoralista, feito em cima das eleições”, acusou Bruno Horta Soares.

O cabeça de lista da IL considerou que os ajuntamentos são resultado de “uma desorganização total daquilo que devia estar planeado há imenso tempo, que era a transição para a nova normalidade”, depois das restrições impostas aos espaços de diversão noturna devido a pandemia de covid-19.

“O que se passa em Santos, e já assisti, resulta de os jovens não terem discotecas abertas e bares abertos. Os jovens começam a estar nas universidades, querem sair, percebem que há liberdade à sua volta, e para onde vão? Para a rua”, afirmou o candidato liberal à margem de ação de campanha autárquica na freguesia de Belém.

Horta Soares defendeu que os estabelecimentos já deviam estar abertos há muito tempo, uma vez que, “com segurança, permitem que jovens estejam nos edifícios” e não nas ruas.

“A conclusão que se tira é de que é falta de segurança [nas zonas de ajuntamento] é mentira. Grande parte dos conflitos acontecem porque se geram multidões e grandes brigadas da PSP [Polícia de Segurança Pública] a tentarem varrer as ruas. É o caos total”, acrescentou.

Horta Soares disse que “as associações de entretenimento, e de cultura, de bares e discotecas estão desesperadas, há 15 meses sem trabalhar”, frisando que “as consequências são cada vez mais graves e a responsabilidade só pode ser imputada às autoridades, que não estão a conseguir gerar confiança”.

“O fenómeno não é só de Lisboa, todas as localidades à volta têm tudo fechado. […] Qualquer jovem que quer ver pessoas vem para Lisboa. Aquela multidão [que se forma em Santos] é muito superior à que normalmente existe. […] Obviamente, há aproveitamento de criminalidade no meio disto tudo”, completou.

A medida de redução do horário dos bares na zona de Santos foi anunciada na quarta-feira à noite pelo presidente da Junta de Freguesia da Estrela, Luís Newton (PSD), depois de uma reunião com os empresários, e justificada com a necessidade de criar condições para a polícia fazer o seu trabalho.

Segundo o presidente da Junta de Freguesia da Estrela, tem havido na zona ajuntamentos de “três ou quatro” mil pessoas.

Nas últimas semanas, Lisboa tem registado situações de criminalidade violenta em contexto de diversão noturna, nomeadamente no Bairro Alto, Cais do Sodré e Santos, com ocorrências de esfaqueamentos.

O levantamento gradual das restrições em função da vacinação contra a covid-19 arrancou em 01 de agosto, com regras aplicáveis em todo o território continental, inclusive o limite de horário de encerramento até às 02:00 para a restauração.

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