O juiz e presidente do TSE, Alexandre de Moraes, convocou o diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, para explicar o motivo dessas operações, apesar de a autoridade eleitoral já ter proibido qualquer ação policial que pudesse dificultar o transporte de eleitores.

Inúmeros vídeos circulam nas redes sociais mostrando postos de controlo da PRF instalados em várias cidades do país, principalmente na região nordeste, principal reduto do candidato da oposição Luiz Inácio Lula da Silva, rival do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, nas eleições.

O senador Humberto Costa, que assim como Lula da Silva é filiado no Partido dos Trabalhadores (PT), afirmou no Twitter que recebeu várias denúncias sobre a "ação totalmente ilegal" da PRF.

"Eles estão tentando acabar com um dos direitos mais sagrados da nossa Constituição: o voto. É uma ação com objetivos claramente eleitorais. Que o Nordeste vote!", escreveu Costa.

Outro líder da oposição que apoia o candidato ‘petista’, o senado Randolfe Rodrigues, escreveu nas redes sociais: “Bolsonaro está usando a máquina pública para tentar impedir o voto dos mais pobres. Se você é ou conhece alguém de alguma dessas regiões, se mobilize, AJUDE quem precisa ir à urna. Vamos nos unir pela nossa democracia, pelo nosso povo!”

Além de explicar as operações nas estradas que estavam proibidas, o chefe da polícia rodoviária brasileira tem sido criticado por ter publicado nas redes sociais uma imagem em que pede o voto em Bolsonaro.

Silvinei Vasques publicou uma foto da bandeira do Brasil com as frases "vote 22. Bolsonaro presidente".

Na noite de sábado, o presidente do TSE proibiu a realização de operações da PRF contra veículos utilizados no transporte público de eleitores para impedir a atuação do órgão em favor de um candidato ou outro.

Além destes incidentes, porém, o dia da votação transcorre normalmente, com poucos problemas registados nas urnas eletrónicas.

De acordo com o mais recente boletim da Justiça Eleitoral, divulgado às 11:30 (14:30 em Lisboa), nas primeiras quatro horas de votação, 1.883 urnas eletrónicas tiveram de ser substituídas devido a diversos erros, que mal representam 0,35% do total que foi instalado em todo o país.

A organização não-governamental Transparência Eleitoral Brasil, que está realizando uma das missões de observação no sufrágio, afirmou que as eleições estão ocorrendo normalmente, em entrevista coletiva realizada em Brasília.

“Houve algumas falhas técnicas e logísticas que não afetaram o normal funcionamento das mesas. Verificamos que 85% das pessoas já têm clareza do processo e sabem votar com rapidez”, disse Ana Cláudia Santano, coordenadora da missão.

Na primeira volta das eleições realizadas em 02 de outubro, Lula da Silva venceu com 48,4% dos votos, contra os 43,2% de Jair Bolsonaro.

Os mais de 156 milhões de eleitores poderão votar até às 17:00 de Brasília (20:00 em Lisboa) nas mais de 570 mil urnas eletrónicas espalhadas por 5.570 cidades do país.

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