Segundo a proposta a que a agência Lusa teve hoje acesso, o pedido de alteração ao lote localizado na freguesia de São Domingos de Benfica foi feito pelo Fundo de Investimento Imobiliário Fechado - Saúdeinveste a 30 de setembro de 2016 e traduz-se na "ampliação do polígono de implantação" na fração principal (de 12.441,82 metros quadrados para 12.636,01 metros quadrados) e no aumento da superfície de pavimento neste local (de 24.484,57 metros quadrados para 24.734,57 metros quadrados).
Ao mesmo tempo, prevê-se a supressão da fração que estava destinada a área comercial (cafetaria), que passa agora a ter "localização prevista na zona central", dado o aumento aí verificado na superfície de pavimento.
Por isso, mantém-se "a superfície de pavimento total do lote e os restantes parâmetros urbanísticos", assinala o documento assinado pelo vereador do Urbanismo, Manuel Salgado.
O objetivo é "reorganizar alguns serviços hospitalares e ampliar as zonas afetas ao atendimento permanente", bem como "aumentar a capacidade de armazenamento do hospital e criar um novo acesso automóvel, a partir da Rua Abílio Mendes", refere um parecer da Direção Municipal de Urbanismo anexo à proposta.
Nesse documento, os serviços urbanísticos lamentam "que as necessidades de ampliação do hospital descaracterizem, em parte, o edifício original, tornando-o menos leve e subtil ao prever a ampliação de todos os pisos para a mesma cota e, com isto (…), causando desfavoráveis impactos visuais".
Mais crítica, a Direção Municipal de Mobilidade e Transportes emitiu um parecer desfavorável ao pedido feito pela Saúdeinveste, solicitando correções.
O parecer desses serviços de tráfego, outro dos anexos à proposta, especifica que a ampliação do hospital implica "a anulação do espaço de tomada e largada de passageiros na urgência, redução do espaço de carga e descarga, alteração de acessos e a criação de uma pequena praça de acesso".
Em alternativa, os técnicos camarários exigem que se mantenha a zona de tomada e largada de passageiros na zona de urgências, mas numa parte interior do lote, e que seja apresentada uma "solução segura e viável para a praça de tomada e largada de passageiros" a criar na Rua Abílio Mendes.
Segundo a autarquia, as exigências "foram acolhidas pela entidade requerente".
Para a fase de desenvolvimento do projeto de arquitetura, o município remete "o aprofundamento das matérias relacionadas com as questões de acessibilidade viária/cargas e descargas e estacionamento privado da unidade hospitalar", adianta a proposta.
Na reunião privada, o executivo de maioria socialista debate também uma operação de loteamento municipal a realizar na Quinta Marquês de Abrantes e Alfinetes, freguesia da Marvila, com vista à construção de 493 fogos que serão integrados no Programa de Renda Acessível, sobre uma área total de 141.819,81 metros quadrados.
Também para inserir nesse programa - que visa atrair classe média e jovens para residir na cidade - será apreciada uma alteração ao loteamento a realizar pelo município nas ruas Professor Orlando Ribeiro e Duarte Vidal, no Lumiar, relacionada com o aumento do número de fogos (de 40 para 62) através da redução das respetivas áreas.
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