Com 77 anos, George Pell é o mais alto representante da Igreja Católica - foi até dezembro a terceira figura do Vaticano - a ser condenado por abuso sexual de menores.
O juiz Peter Kidd, do Tribunal de Comarca do Estado de Victoria, na Austrália, decretou que George Pell terá de cumprir um mínimo de três anos e oito meses de prisão antes de poder ser elegível para liberdade condicional.
O juiz declarou que, para a sentença, teve em conta os “crimes hediondos” cometidos por Pell, mas também a sua idade avançada.
A leitura da sentença chega cerca de três meses depois de um júri ter considerado o clérigo culpado de ter abusado de dois rapazes de 13 anos, que pertenciam ao coro da igreja, e que foram apanhados pelo cardeal a beber vinho sacramental numa sala nas traseiras da St. Patrick’s Cathedral, em Melbourne, quando era arcebispo, tendo os abusos decorrido na sequência desse momento.
O tribunal apenas ouviu uma das vítimas, uma vez que a outra morreu há alguns anos.
Pell, que desempenhou funções de conselheiro económico do Papa Francisco e de ministro da Economia do Vaticano, ficará registado como abusador sexual para o resto da vida, disse o juiz.
O cardeal, que foi considerado culpado em dezembro, tem declarado a sua inocência e avançou para recurso, estando agendada sessão para junho.
Desde agosto de 2017 que o cardeal australiano enfrenta este processo por crimes sexuais contra menores e enfrentava uma pena de prisão que podia chegar aos 50 anos.
Em dezembro de 2018, o Papa afastou George Pell do seu círculo de conselheiros, assim como o cardeal Francisco Errázuriz, suspeito de encobrir atos pedófilos de um eclesiástico no Chile, e expulsou do sacerdócio o ex-cardeal e arcebispo emérito de Washington, Theodore McCarrick, acusado de abusos sexuais a menores e a seminaristas.
*Com agências
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