O antigo primeiro-ministro José Sócrates recusou hoje que o seu Governo tenha favorecido o grupo Espírito Santo no caso EDP, considerando que tem sido um relato sem fundamento repetido pelo Ministério Público.

“Venho repor a verdade dos factos e venho testemunhar a favor de Manuel Pinho. A verdade é que nunca o meu Governo, nem Manuel Pinho, favoreceu o grupo Espírito Santo de nenhuma forma. Nunca houve nenhum benefício ilegítimo. Isso é falso”, disse aos jornalistas José Sócrates à entrada do tribunal, em Lisboa, onde vai prestar depoimento como testemunha no julgamento do Caso EDP.

O antigo primeiro-ministro socialista considerou que este tem sido um relato “repetido pelo Ministério Público ao longo de 12 anos, criando um embuste enorme que não tem qualquer tipo de fundamento e sustentação”.

Manuel Pinho, que está em prisão domiciliária desde dezembro de 2021, foi ministro da Economia entre 2005 e 2009 durante o Governo de Sócrates.

José Sócrates disse ainda que hoje em tribunal vai também depor a favor de Manuel Pinho por ter sido “um ministro muito importante no desenvolvimento do plano tecnológico” do seu Governo e por ter tido “um ministério essencial naquela que é revolução tecnológica ligada às energias renováveis”.

O julgamento do Caso EDP está hoje a decorrer no Campus da Justiça, em Lisboa.

Manuel Pinho é acusado de corrupção passiva para ato ilícito, corrupção passiva, branqueamento e fraude fiscal.

A sua mulher, Alexandra Pinho, está a ser julgada por branqueamento e fraude fiscal - em coautoria material com o marido -, enquanto o ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, responde por corrupção ativa para ato ilícito, corrupção ativa e branqueamento de capitais.