"Sabemos que os executores do crime estão entre os 18 suspeitos detidos na Arábia Saudita. Também sabemos que estes indivíduos vieram (à Turquia) para cumprir uma ordem: matem Khashoggi e saiam", escreveu o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, num artigo de opinião publicado no jornal americano Washington Post.

"Finalmente, sabemos que a ordem para matar Khashoggi veio dos mais altos níveis do Governo saudita", acrescentou.

Mas o líder turco isentou o rei Salman de qualquer responsabilidade sobre o crime.

"Não acredito nem por um segundo que o rei Salman tenha ordenado o golpe contra Khashoggi", continuou Erdogan.

A Arábia Saudita, após declarar, ao início, que Khashoggi deixou o consulado pouco depois de ter entrado e, posteriormente, que morreu durante uma briga, acabou por reconhecer que o crime se tratou de uma "operação não autorizada".

"Os restos de Khashoggi devem ser encontrados o mais rápido possível e devolvidos à sua família para que possa enterrá-lo como merece", disse o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Robert Palladino, em conferência de imprensa na quinta-feira em Washington.

Jamal Khashoggi, de 60 anos, entrou no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, no dia 2 de outubro, para obter um documento para se casar com uma cidadã turca e nunca mais foi visto.

O jornalista saudita, que colaborava com o jornal The Washington Post, estava exilado nos Estados Unidos desde 2017 e era um reconhecido crítico do poder em Riade.