Na noite das legislativas de 6 de outubro, Assunção Cristas anunciou a saída do cargo de presidente do CDS. O partido passou de 18 para cinco deputados, com 4,4% dos votos, e a ainda líder chamou a si a derrota e abriu a porta à sucessão.
O congresso para eleger uma nova liderança do partido está agendado para 25 e 26 janeiro de 2020, em Aveiro.
Até ao momento, há um candidato declarado, Abel Matos Santos, da Tendência Esperança em Movimento (TEM), e três potenciais candidatos “em reflexão” – Filipe Lobo d´Ávila, do “Juntos pelo Futuro”, João Almeida, deputado e porta-voz do partido com anterior liderança, e o líder da Juventude Popular (JP), Francisco Rodrigues dos Santos, também admitiu uma candidatura.
Abel Matos Santos
Idade: 46 anos
Profissão: Psicólogo clínico e sexologista. Psicoterapeuta no Hospital de Santa Maria, Lisboa.
Carreira política e partidária: Fundou em 2017 e é porta-voz da Tendência Esperança e Movimento (TEM) e é membro do Conselho Nacional e Comissão Política Nacional do CDS. Foi vice-presidente da concelhia de Lisboa do CDS-PP, chegou a integrar o movimento interno do CDS Alternativa e Responsabilidade, de Filipe Anacoreta Correia. É conhecido por posições contra a adoção por casais do mesmo sexo.
O que disse sobre a derrota do partido de outubro: “O CDS teve um mau resultado, um dos piores de sempre da sua história, e com isso o espaço socialista e de esquerda mantém a governação”
O que defende: “É preciso o partido assumir as suas ideias com clareza, assumir-se como partido de direita democrática e deixar o politicamente correto”
Uma frase: “Congratulo-me com o facto de agora muitos virem dizer que é preciso devolver ao CDS a sua matriz original, democrata cristã, conservadora e de direita”
João Almeida
Idade: 43 anos
Profissão: Jurista
Carreira política e partidária: Foi presidente da Juventude Popular, secretário-geral e porta-voz do CDS. No Governo PSD/CDS (2011-2015) foi secretário de Estado da Administração Interna. É deputado pelo CDS desde as legislativas de 2002.
O que disse sobre a derrota do partido de outubro: “Foi uma derrota estrondosa do CDS e em democracia estes resultados não acontecem por acaso. É preciso não voltar a cometer os mesmos erros e encontrar o que faltou, causas e propostas que mobilizem as pessoas”.
O que defende: “Tendo como matriz a democracia-cristã, o CDS-PP sempre integrou as ideias conservadoras e liberais. Somos pela valorização desse património doutrinário em todas as suas vertentes, procurando uma síntese respeitadora dos valores fundacionais do partido, afirmativa das convicções das suas bases, atual e útil aos olhos dos eleitores” (Nota introdutória da moção que vai propor ao congresso)
Uma frase: "Confesso que não estava nos meus planos e continua a não estar no meu horizonte imediato uma candidatura, mas seria irresponsável dizer não da maneira que as coisas estão"
Filipe Lobo d’Ávila
Idade: 44 anos
Profissão: Advogado
Carreira política e partidária: Aderiu à Juventude Centrista em 1993. Em 2002, com o Governo PSD/CDS, é nomeado diretor-geral do Ministério da Justiça, cargo que ocupará com três ministros diferentes, do CDS, PSD e PS, até 2008. Foi eleito deputado por três vezes, em 2009, 2011 e 2015, tendo abandonado o parlamento em 2018. Em 2011, é escolhido para secretário de Estado da Administração Interna.
O que disse sobre a derrota do partido em outubro: “[Estou] em estado de choque num dos dias mais tristes da minha vida política no CDS, mas consciente das responsabilidades que um resultado destes tem para todos nós no CDS. Sempre CDS. Nos bons e nos maus momentos”.
“O resultado foi mau e desastroso”
O que defende: “É preciso recuperar o partido, as estruturas do partido. É preciso refundar o partido para ter melhores resultados que estes [nas legislativas de 06 de outubro]”
Uma frase: "Eu serei candidato se o caminho que propuser for o que o CDS escolher"
Francisco Rodrigues dos Santos
Idade: 30 anos
Profissão: Advogado
Carreira política e partidária: Foi eleito autarca na assembleia de freguesia de Carnide, Lisboa, de 2013 a 2017. É presidente da Juventude Popular desde 2015.
O que disse sobre a derrota do partido: “Os eleitores infligiram uma pesada derrota ao CDS. Os resultados comprometem-nos com uma ponderação lúcida e serena, que procure domar os ímpetos, extrair conclusões enxutas e repor os índices de confiança”
O que defende: “O CDS é maior do que qualquer resultado eleitoral. Precisa neste momento de se reencontrar consigo próprio, assumir valores constantes, razões agregadoras e causas consequentes”
“A solução de futuro do CDS será invariavelmente a de grande casa das direitas, onde a razão da coabitação não poderá nunca ser o jogo de espelhos em busca das diferenças, mas a construção de um teto comum debaixo do qual todas se sintam representadas”
Uma frase: “Eu estou, como sempre estive, ao lado do meu partido, não o abandono, não fujo. Estou disponível para aquilo que os militantes do meu partido entenderem que eu posso ser mais útil”
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