“As autoridades portuárias de Creta foram informadas na madrugada de quarta-feira [hoje] da presença de um grupo de 91 migrantes em Gavdos”, afirmou a guarda costeira, em comunicado.

Vinte e oito pessoas foram transferidas para um centro de acolhimento em Creta, a cerca de 30 milhas náuticas de Gavdos, e 63 pessoas vão permanecer num acampamento municipal temporário nesta ilhota, adiantou a mesma fonte.

A polícia também anunciou que deteve um jovem de 23 anos suspeito de estar envolvido no transporte e no tráfico de pessoas.

Ainda não foram fornecidos pormenores sobre a origem dos migrantes.

Segundo a imprensa local, quase 280 pessoas chegaram a Gavdos desde o fim de semana passado.

Com uma área de 30 quilómetros quadrados e apenas 50 habitantes, esta ilhota grega registou um aumento significativo no número de chegadas de migrantes nos últimos meses, provenientes sobretudo de Tobruk, na Líbia, a 170 milhas náuticas (cerca de 300 quilómetros) de distância.

Desde o início do ano, mil requerentes de asilo chegaram a Gavdos, incluindo muitos menores não acompanhados, segundo o Ministério das Migrações e Asilo grego.

A Câmara Municipal de Gavdos tem alertado para a falta de recursos adequados neste pequeno território para ajudar os migrantes, a maioria dos quais são oriundos de países africanos.

“Estamos sob pressão dos fluxos migratórios no sul de Creta” e “a capacidade dos centros para menores não acompanhados atingiu os seus limites”, garantiu a secretária de Estado do Ministério das Migrações, Sofia Voultepsi, sublinhando que Gavdos e Creta se tornaram num destino para migrantes como aconteceu nos últimos meses com a ilha italiana de Lampedusa.

A Grécia, a par de Itália, Espanha ou Malta, é conhecida como um dos países da “linha da frente” ao nível das chegadas de migrantes irregulares à Europa.

A Grécia é abrangida pela rota migratória do Mediterrâneo Oriental, normalmente efetuada entre as costas turcas e o território grego.