
“Nós estamos em contraciclo com aquilo que acontece em muitos países da União Europeia. Em vez de estarmos a aliviar os custos com a frequência de ensino superior, nós estamos a sobrecarregar”, disse Pedro Nuno Santos após um encontro com federações de estudantes, em Lisboa.
O secretário-geral do PS não excluiu a hipótese de haver uma mudança de posição sobre o tema, por parte da AD, durante a campanha eleitoral. Ainda relativamente à devolução integral das propinas, reiterou que " o Governo deu sinais de que iria ser suspensa ou de que iria terminar".
"A verdade é que aquilo que sabemos ao dia de hoje é que ainda não abriram as candidaturas para a devolução das propinas e o ano passado elas tinham aberto a cerca de 22 de fevereiro”, observou.
Pedro Nuno Santos considerou que “as angústias” dos estudantes “relativamente ao futuro começam ainda na universidade”.
“Nós temos um debate já muito antigo em Portugal sobre os jovens qualificados não conseguirem ficar a viver e a trabalhar em Portugal. E sistematicamente o discurso político falha totalmente nas razões de nós não conseguirmos segurar os jovens em Portugal”, lamentou.
O secretário-geral do PS reuniu-se com inúmeras associações de estudantes na sede do PS, em Lisboa, neste Dia Nacional do Estudante.
“Temos uma economia muito pouco sofisticada. É sempre um tema muito chato, mas enquanto nós não conseguirmos transformar a economia portuguesa, nós não vamos conseguir reter jovens. Nós somos um país que, felizmente, hoje consegue formar muitos engenheiros, mas a verdade é que nós não temos uma economia capaz de os absorver”, disse o líder dos socialistas.
“Nós não vamos conseguir, de forma nenhuma, pagar melhores salários aos jovens qualificados, aos jovens portugueses, nem ter saídas profissionais para as qualificações que eles tenham, se nós não formos capazes de transformar a economia portuguesa”, acrescentou.
Pedro Nuno Santos disse ainda que o PS tem consciência que a falta de habitação “é dos mais graves problemas” que os estudantes enfrentam.
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