“UNRWA — 13.000 trabalhadores, dos quais 50% têm um parente em primeiro grau membro de uma organização terrorista, 1.400 são membros de organizações terroristas, 13 dos seus trabalhadores participaram nos ataques terroristas de 07 de outubro, durante anos ajudaram o Hamas em atividades terroristas e de incitamento. Existem melhores formas de ajudar o povo palestiniano”, escreveu Dor Shapira, na rede X.
A publicação do diplomata israelita surgiu poucas horas depois de o primeiro-ministro cessante, António Costa, ter anunciado um reforço de 10 milhões de euros no apoio português à agência da ONU que apoia refugiados palestinianos (UNRWA), aprovado hoje em Conselho de Ministros.
O apoio humanitário de Portugal destina-se a “assegurar o bom funcionamento e a capacidade de fornecer alimentação, medicamentos, ajuda humanitária ao povo palestiniano, que está a ser vítima de um ataque inadmissível”, declarou Costa, em Bruxelas, antes de um encontro com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, no âmbito do Conselho Europeu.
A resolução do Conselho de Ministros hoje aprovada define a contribuição voluntária para reforçar a assistência humanitária na região da Faixa de Gaza e Cisjordânia, reportando à “urgência de garantir que a comunidade internacional permanece mobilizada e que aqueles que são os principais prestadores de ajuda humanitária possuem recursos para assegurar a necessária resposta face à situação de catástrofe na Faixa de Gaza e às suas consequências para a população civil”.
A decisão é tomada “em consonância com a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas e expressando forte apoio aos apelos do secretário-geral das Nações Unidas para um cessar-fogo humanitário e o acesso imediato, desimpedido e seguro à ajuda humanitária que é disponibilizada para a população civil na Faixa de Gaza”, adianta.
A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente tem sido alvo de acusações ainda não fundamentadas de envolvimento de alguns funcionários nos ataques do movimento islamita palestiniana Hamas de outubro passado, o que levou vários países, incluindo os principais doadores, a suspender o financiamento da organização.
Portugal reforçou, no final de 2023, o apoio a este organismo com quatro milhões de euros e, já no início deste ano, anunciou um reforço de um milhão.
Ao todo, o apoio português à agência das Nações Unidas que ajuda os refugiados palestinianos vai passar para 15 milhões de euros.
Uma auditoria independente concluiu, numa primeira análise, que a organização dispõe de “um número significativo de mecanismos e procedimentos” para garantir a sua “neutralidade”, indicou esta quarta-feira a ONU.
A UNRWA é considerada a “espinha dorsal” da ajuda humanitária em Gaza, onde cerca de 32.000 pessoas, na sua maioria civis, foram mortas nas operações militares de retaliação israelitas, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, movimento considerado terrorista pela União Europeia, Estados Unidos e Israel.
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