Pragas, como a vespa das galhas do castanheiro, ou a seca que faz recear a produção deste e dos próximos anos, são alguns dos temas do primeiro Encontro de Produtores de Castanha de Trás-os-Montes que decorre, entre sexta-feira e domingo, nas aldeias de Parâmio e Vilarinho, no concelho de Bragança.
A organização é do Agrupamento de Produtores de Castanha recentemente criado nestas aldeias que fazem parte do centro de produção de castanha do concelho de Bragança que, com o concelho vizinho de Vinhais, são os maiores produtores nacionais deste fruto seco, com 80% da produção concentrada na zona de Trás-os-Montes.
O presidente do Agrupamento de produtores, Carlos Fernandes, alerta para as ameaças que o setor enfrenta e estima que “dentro de 20 anos a produção esteja reduzida a metade nos concelhos de Bragança e Vinhais”, se persistirem as condições atuais, nomeadamente as climáticas.
Devido à seca prolongada, os produtores estão apreensivos em relação à campanha deste ano e, segundo Carlos Fernandes, se não chover nas próximas semanas, o cenário não será animador.
A debilidade dos recursos hídricos, consequência dos sucessivos anos com falta de chuva, levam o presidente do Agrupamento a defender que é “necessário repensar a forma como se produz” castanha nesta região.
“Já há produtores que estão a regar os castanheiros, mas é preciso ter água”, observou, defendendo medidas para inverter a atual situação.
A vespa das galhas do castanheiro é outra ameaça que preocupa a produção e que está a disseminar-se pelos soutos. As entidades locais já avançaram que a única solução para combater a praga é a luta biológica que está a ser preparada.
Apesar da propagação rápida, as entidades garantem que as consequências desta praga a nível da redução da produção ainda não deverão sentir-se na campanha deste ano.
Debater estes problemas e outros do setor é o propósito do encontro que decorre nas duas aldeias de Bragança, durante o fim de semana, e que tem anunciada para a sessão de abertura, na sexta-feira à noite, a presença do Ministro da Agricultura, Capoulas Santos.
Comentários