De acordo com a televisão CNNTürk, a delegação, que chegou hoje a Ancara, é liderada pela relatora especial Agnés Callamard e composta ainda pela advogada Helena Kennedy e pelo médico legista Duarte Nuno Vieira.
Enquanto especialista forense, o ex-presidente do Instituto Nacional de Medicina Legal Duarte Nuno Vieira integrou já diversas missões internacionais em cerca de 30 países da Europa à América Latina, Ásia e África, no âmbito dos direitos humanos, sob a égide de instituições como a ONU, Cruz Vermelha Internacional, Comissão Europeia ou Amnistia Internacional, entre outras.
Esta equipa da ONU está no terreno, até ao dia 03 de fevereiro, para recolher detalhes das circunstâncias da morte do jornalista saudita.
Embora não tenham sido ainda revelados os detalhes sobre a agenda da visita, espera-se que a relatora especial da ONU para Execuções Extrajudiciais, Sumárias ou Arbitrárias, seja recebida pelo Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e também que se reúna com o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlüt Çavusoglu.
Além disso, a delegação, que segundo um comunicado do Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos vai tentar estabelecer “a natureza e o alcance da responsabilidade de Estados e de indivíduos no assassínio”, também se deslocará a Istambul, o local dos eventos.
O objetivo também é “identificar como os Estados podem fortalecer o cumprimento dos seus compromissos internacionais para proteger o direito à vida, prevenir violações e garantir as suas responsabilidades”, declarou Callamard antes de partir para a Turquia, segundo a CNNTürk.
O Governo turco criticou as autoridades sauditas por atrasar a investigação do caso e pediu, mais de uma vez, uma investigação internacional.
Na semana passada, Çavusoglu disse que havia chegado a hora de abrir uma investigação liderada pela ONU e que Erdogan havia ordenado os preparativos pertinentes.
Espera-se que os resultados sejam apresentados numa sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU em junho próximo.
Jamal Khashoggi, um colunista do jornal norte-americano The Washington Post, era um crítico aberto da monarquia de seu país e foi alegadamente morto e desmembrado por agentes sauditas, um crime que desencadeou uma vaga de indignação e condenação da comunidade internacional.
Onze pessoas foram indiciadas no caso deste assassínio, num processo aberto no início deste mês na Arábia Saudita, e a procuradoria pediu a pena de morte para cinco dos acusados.
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