Por outro lado, a Nigéria, que fora inscrita nesta lista no ano passado, foi retirada da lista, de acordo com um comunicado do chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, que deve visitar este país africano ainda esta semana.
Os demais países incluídos “por terem perpetrado ou tolerado violações graves, sistemáticas e persistentes da liberdade religiosa” são os mesmos de 2020: Arábia Saudita, Birmânia, China, Coreia do Norte, Eritreia, Irão, Paquistão, Tajiquistão e Turquemenistão.
Argélia, Comores, Cuba e Nicarágua foram colocados na lista intermédia, de Estados “sob vigilância”.
“Os Estados Unidos não se desviarão do seu compromisso de defender a liberdade religiosa ou a crença para todos e em todos os países. Em muitos lugares do mundo, continuamos a ver governos assediar, prender, ameaçar, encarcerar e matar pessoas simplesmente pela sua vontade de viver as suas vidas de acordo com as suas crenças”, explicou Blinken.
O mais recente relatório do Departamento de Estado norte-americanos sobre esta matéria, publicado em maio, observa, em relação à Rússia, “um uso indevido da lei sobre o extremismo por parte do Governo, para restringir as atividades pacíficas das minorias religiosas”.
“Organizações religiosas e não governamentais relataram que as autoridades continuaram a investigar, prender, encarcerar, torturar e/ou abusar fisicamente as pessoas ou confiscar as suas propriedades, por causa de sua fé religiosa, incluindo membros de grupos que o Governo classifica como extremistas”, incluindo as Testemunhas de Jeová e o movimento islâmico Hizb Ut-Tahrir, de acordo com o relatório.
A ONG russa de direitos humanos Memorial disse em outubro que o número de presos políticos aumentou drasticamente este ano na Rússia, com o movimento das Testemunhas de Jeová particularmente na mira das autoridades.
A inclusão da Rússia na lista negra ocorre num momento em que a tensão entre Washington e Moscovo aumenta, apesar do desejo de apaziguamento demonstrado pelos presidentes Joe Biden e Vladimir Putin durante a cimeira de junho, em Genebra.
Nos últimos dias, os Estados Unidos advertiram a Rússia por movimentos militares na fronteira ucraniana e pela sua “influência” na crise de migrantes nas fronteiras da Bielorrússia com a União Europeia e denunciaram o disparo de um míssil anti-satélite russo considerado “perigoso e irresponsável”.
O Presidente Biden também criticou duramente a ausência do seu homólogo russo na conferência climática da ONU COP26, enquanto as duas grandes potências rivais – cujas relações estão no seu pior nível desde o fim da Guerra Fria – continuam a discutir sobre o quadro de funcionários das suas respetivas embaixadas, após várias vagas de expulsões de diplomatas.
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