A menos de 50 dias das eleições, os estados republicanos de Indiana, Luisiana, Mississípi, Tennessee e Texas são os mais restritivos em relação ao voto por correio, enquanto a maior parte dos Estados Unidos da América (EUA) adotaram medidas para que os eleitores possam votar sem grandes deslocações durante a pandemia de covid-19.
Os cinco estados só aceitam votos por correio depois de um formulário em que tem de se dar uma justificação válida, como estar fora do condado a que se pertence, ter mais de 60 anos, ser emigrante ou membro do Exército, estar hospitalizado ou ter uma deficiência, entre outras razões plausíveis.
Mas a preocupação com o coronavírus não é escusa para os 34 milhões de eleitores daqueles cinco estados, segundo o jornal Washington Post.
Mesmo para votar presencialmente, os eleitores destes estados também têm de se registar o mais tardar até 05 de outubro, a 30 dias das eleições. No processo de registo, devem apresentar documentos que nem todos possuem, como bilhete de identidade, carta de condução ou prova de residência.
Devido às regras restritas e à obrigação de apresentar documentação que nem todos os cidadãos têm, fala-se, desde há muito tempo, em supressão de eleitores nos Estados Unidos.
Atendendo à recomendação de distanciamento social nos locais de voto, os organizadores apelam aos eleitores para votarem no período antecipado — no mês de outubro, mas em datas que variam consoante os estados –, sabendo-se que a maioria vai votar no dia da eleição, 03 de novembro.
Por outro lado, têm sido muitos os casos em que se adotaram medidas legislativas novas para facilitar ou incentivar os eleitores a votar por correio.
Segundo o Washington Post, 198 milhões de eleitores em 44 estados já têm o direito ao voto por correio.
Alguns desses estados também requerem justificação antes de autorizarem o voto por correio, mas a preocupação com a pandemia é aceite em todos os casos.
Em 30 estados, não vão ser contados os votos que chegarem às autoridades competentes depois do Dia da Eleição, 03 de novembro.
Seis estados ainda aceitam votos por correio que cheguem uma semana depois, quatro estados aceitam votos recebidos até 10 dias depois, enquanto Califórnia, o estado mais benevolente, aceita votos chegados até 17 dias depois da eleição.
Vão ser, no total, nove estados e o distrito de Columbia (que inclui a capital do país, Washington) a enviar automaticamente os boletins de voto para que os cerca de 51 milhões de eleitores devolvam os votos por correio.
Sete desses estados são tendencialmente democratas, um republicano (Utah) e dois ‘swing states’ – Estados que não mantêm um historial de tendência política fixa e que podem contar muito para um desempate entre candidatos.
Outros 44 milhões de eleitores, em 11 estados, vão receber em casa os formulários que devem preencher para se inscreverem para votar por correio.
O Presidente e candidato do Partido Republicano, Donald Trump, tem-se manifestado contra o voto por correspondência, alegando fraudes, que nunca foram provadas.
O novo responsável do Serviço Postal, Louis DeJoy, tinha implementado, em julho, mudanças polémicas que foram vistas como tentativas de atrasar a distribuição de cartas e encomendas, e que foram bloqueadas por um juiz.
Face às alterações, 14 estados processaram a administração do atual Presidente dos EUA, Donald Trump, e o Serviço Postal, tendo conseguido hoje o apoio do juiz federal Stanley Bastian.
As eleições presidenciais de 03 de novembro nos EUA opõem o atual Presidente, Donald Trump, apoiado pelo partido republicano, ao antigo vice-presidente de Barack Obama, Joe Biden, do partido democrata.
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