Para mitigar esses apagões, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu a instalação "o mais rápido possível" de painéis solares em "cada escola e cada hospital" da ex-república soviética, que enfrenta há mais de dois anos a invasão russa.

Infraestruturas energéticas ucranianas, incluindo uma central, foram danificadas num bombardeamento noturno que deixou sete funcionários feridos, anunciaram nesta quinta-feira as autoridades. Segundo a operadora ucraniana DTEK, este foi o sétimo ataque contra centrais elétricas ucranianas nos últimos três meses.

Os Estados Unidos "tomaram a difícil, mas necessária decisão de voltar a priorizar as entregas previstas a curto prazo de vendas militares para outros países, particularmente mísseis Patriot e NASAMS, para enviá-los à Ucrânia", anunciou em Washington o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby.

"As entregas desses mísseis para outros países que atualmente estão na fila terão de ser adiadas", acrescentou, esclarecendo que esses atrasos não afetarão os envios deste tipo de equipamento para Taiwan ou para Israel.

Os Estados Unidos têm sido um apoio militar fundamental para a Ucrânia, comprometendo-se mais de 51 mil milhões de dólares em armas, munições e outras ajudas de segurança desde que a Rússia lançou a sua invasão em grande escala em fevereiro de 2022.

A Romênia prometeu, por sua vez, enviar à Ucrânia um sistema antiaéreo americano Patriot. Esse sistema foi progressivamente adotado pelas forças armadas de vários países da NATO, que se mostram reticentes em entregá-los à Ucrânia porque alegam que precisam deles para proteger os seus próprios territórios.

O Ministério da Energia ucraniano informou que o Exército russo atacou infraestruturas energéticas em quatro províncias, incluindo a capital, Kiev. No total, "sete funcionários ficaram feridos", um dos quais está em estado grave, precisou. Um técnico foi ferido por "fogo russo" enquanto trabalhava na região oriental de Donetsk, informou a mesma fonte.

O Ministério da Defesa russo reivindicou a responsabilidade por um "ataque agrupado" contra as infraestruturas energéticas ucranianas, em "resposta" a bombardeamentos de locais russos de semelhante índole.

Zelensky afirmou que os bombardeamentos russos já destruíram metade da capacidade energética da Ucrânia.

O diretor-geral da DTEK, Maxim Timchenko, advertiu que a Ucrânia poderia enfrentar "uma grave crise neste inverno" se os seus aliados ocidentais não se mobilizarem para ajudar o país a reconstruir a sua rede energética.

Drones ucranianos bombardearam na madrugada desta quinta-feira depósitos de petróleo em território russo, assim como na província de Krasnodar, informou o governador Venyamin Kondratyev. Neste último ataque, uma mulher perdeu a vida, acrescentou.

Os serviços de segurança ucranianos (SBU) estão por trás dos ataques às refinarias, disse à AFP uma fonte dessa administração.

Essas instalações "processavam e armazenavam matérias-primas e produtos acabados usados pelo Exército russo", segundo a fonte, que previu mais ataques desse tipo.

A Rússia, por sua vez, continua a bombardear províncias próximas à linha de frente, no sul e no leste da Ucrânia, com saldo de vários mortos e feridos, especialmente na província de Donetsk, onde ocorrem intensos combates.