No jantar-comício que decorreu no Entroncamento, distrito de Santarém, José Gusmão subiu ao palco pela segunda vez no período oficial de campanha - hoje sem a primeira candidata, Marisa Matias, que participava à mesma hora num debate televisivo - e respondeu ao presidente do PS, Carlos César, que defendeu que o sucesso do Governo deve ser referendado no domingo, nas eleições europeias.
Para o número dois da lista bloquista, "para quem viu como Pedro Passos Coelho e a direita enganaram os portugueses e destruíram o país, a escolha nestas eleições é muito simples".
"Para quem gosta mais de ver o PS antes de Passos Coelho, com maioria absoluta ou apoiado pela direita, vote PS. Quem prefere ver o PS depois de Passos Coelho, sem maioria absoluta e condicionado fortemente à sua esquerda, então vote nessa esquerda", apelou.
O bloquista pediu o voto na esquerda "que fez a diferença e trouxe a mudança à política portuguesa" com o acordo parlamentar inédito, no qual BE, PCP e PEV apoiaram, na Assembleia da República, o Governo minoritário do PS, liderado por António Costa.
"Durante os últimos anos, as políticas que mais fizeram por este pais - o aumento do salário mínimo, o descongelamento das pensões, a tarifa social da energia, o fim das privatizações - resultaram todas de imposições dos partidos à esquerda do PS", justificou.
José Gusmão deixou também críticas ao PS, registando que, "para o partido que diz que é o partido mais europeísta de Portugal, a Europa, a União Europeia, não têm nada a ver com as eleições europeias".
Mas, se acabou com críticas ao PS, no início do discurso o candidato bloquista não esqueceu a direita.
"É significativo que no dia de hoje Pedro Passos Coelho tenha entrado nesta campanha, precisamos dessa memória. Precisamos que toda a gente se lembre do que foi o Governo das direitas", observou.
A memória de Passos Coelho, prosseguiu Gusmão, "é muito importante" até porque foi dito aos portugueses, pelo ex-primeiro-ministro, que "a única saída para a crise era empobrecer".
"Nós hoje sabemos que não era a única política possível, impusemos uma outra política", afirmou, considerando que seria bom que a direita "continuasse neste trabalho de memória e trouxesse a esta campanha [o ex-Presidente da República e antigo primeiro-ministro] Cavaco Silva e [o ex-primeiro-ministro e antigo presidente da Comissão Europeia] Durão Barroso".
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