"Assim foi a minha primeira noite depois de deixar a presidência, forçado pelo golpe de [Carlos] Mesa e [Luis Fernando] Camacho com a ajuda da Polícia. Assim recordei tempos de dirigente [sindical]. Estou muito agradecido aos meus irmãos das federações do Trópico de Cochabamba por me ofereceram segurança e cuidado", escreveu no Twitter.
Evo Morales começou por refugiar-se no centro da Bolívia, numa região marcada pela produção de folha de coca e onde tem mais apoiantes. O ex-presidente da Bolívia já foi presidente da Federação do Trópico de Cochabamba, associação de camponeses que resistia aos planos governamentais para a erradicação deste cultivo, considerado parte da cultura ancestral dos indígenas, conta O Globo.
Pouco depois desta publicação, Evo Morales anunciou também no Twitter que ia sair da Bolívia, rumo ao México.
“Irmãs e irmãos, parto para o México, agradecido pela abertura do Governo deste povo irmão que nos deu asilo. Dói-me abandonar o país por razões políticas, mas estarei sempre vigilante”, anunciou Morales. “Em breve voltarei com mais força e energia”, acrescentou.
Evo Morales renunciou ao cargo no domingo, após quase 14 anos no poder, numa declaração transmitida pela televisão do país.
Morales demitiu-se depois de os chefes das Forças Armadas e da polícia da Bolívia terem exigido que abandonasse o cargo para que a estabilidade e a paz possam regressar ao país.
A Assembleia Legislativa da Bolívia recebeu na segunda-feira a carta de renúncia de Evo Morales, em que o Presidente diz esperar que o seu gesto evite mais violência e permita “paz social” no país que governou durante 13 anos.
Após a demissão do presidente Evo Morales, mais de 60 autocarros foram vandalizados em La Paz, havendo também registo de ataques a lojas e a habitações, segundo o presidente da câmara da capital da Bolívia.
A Bolívia sofre uma grave crise desde a proclamação de Evo Morales como Presidente para um quarto mandato consecutivo nas eleições de 20 de outubro, uma vez que a oposição e os movimentos da sociedade civil alegam que houve fraude eleitoral.
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