“Estou seguro de que (…) o Presidente Vladimir Putin (…) fará tudo o que estiver ao seu alcance para fazer da paz uma realidade, porque sei que é um homem de paz”, disse o antigo chefe de Estado, segundo um comunicado emitido no domingo pela sua fundação.
Na mesma nota, Zuma considerou “justificável que a Rússia se sentisse provocada” pela possível entrada da Ucrânia na NATO.
E acusou o Ocidente de ingerências em outros países do bloco de países emergentes BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), nomeadamente de estar por detrás da sua saída do poder em 2018, quando foi forçado a demitir-se pelo seu próprio partido devido a múltiplos escândalos de corrupção.
“Todos precisamos de paz neste mundo. Por isso gostaríamos de pedir aos envolvidos que promovam a paz tão brevemente quanto possível para que vidas possam ser salvas”, lê-se no comunicado da Fundação Jacob Zuma.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,5 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
A África do Sul foi dos poucos países africanos que condenaram oficialmente a guerra, mas na quarta-feira o país absteve-se na votação de uma resolução das Nações Unidas que condena a invasão russa da Ucrânia e exige a retirada imediata das tropas russas.
Já hoje, o atual Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, explicou que Pretória se absteve “porque a resolução não colocou em primeiro plano o apelo a um envolvimento significativo”.
“A África do Sul esperava que a resolução da ONU saudasse principalmente o início do diálogo entre as partes e procurasse criar as condições para que essas conversações fossem bem-sucedidas. Em vez disso, o apelo à resolução pacífica através do diálogo político é relegado a uma única frase próxima à conclusão do texto final. Isso não dá o incentivo e o apoio internacional de que as partes precisam para continuar com os seus esforços”, frisou.
Ramaphosa defendeu que Pretória está “firmemente do lado da paz”, apelando à “negociação pacífica” através da ONU.
“Houve quem dissesse que, ao se abster na votação condenando a operação militar da Rússia na Ucrânia, a África do Sul se colocou do lado errado da história. No entanto, a África do Sul está firmemente do lado da paz num momento em que outra guerra é algo que o mundo não precisa, nem pode pagar”, frisou Ramaphosa, na sua newsletter semanal.
Na semana passada, a sub-secretária de Estado para os Assuntos Africanos, Molly Phee, apelou aos países africanos que condenem rotundamente a invasão da Ucrânia
“Não estamos a pedir-vos que escolham lados. Pedimos aos africanos que se unam a nós para escolher os princípios (…) de soberania, integridade territorial, resolução pacífica de conflitos e proteção de civis”, disse, numa conferência de imprensa virtual.
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