A morar em Cardiff, no País de Gales — parte do Reino Unido — Francis Gonçalves, chef de cozinha de 43 anos, disse ao The Guardian que perdeu a mãe, o pai e o irmão no espaço de uma semana depois dos três se terem recusado a tomar a vacina por terem ficado assustados com desinformação espalhada por ativistas anti-vacina.

Segundo Gonçalves, tanto o pai de 73 anos, como a mãe de 65 e o irmão de 40 apanharam o vírus depois de um jantar de família — os três moravam em Portugal, não sendo referida nenhuma localidade em concreto, desde 2016, sendo originários da África do Sul.

Em declarações ao canal ITV, o chefe de cozinha crê que o pai tenha apanhado o vírus num hospital quando foi receber tratamento para pedras nos rins. Quando a família começou a sentir sintomas, foram fazer um teste e os três descobriram que tinham contraído o coronavírus.

Apesar dos pais terem problemas de saúde pré-existentes, o caso do irmão surpreendeu-o por se tratar de alguém muito saudável: “Se não estava no ginásio ou a correr, estava a caminhar. Não ficava bêbado há 15 anos e tinha uma dieta de base vegetariana”, confessou.

No entanto, apesar do seu estilo de vida saudável, o irmão começou a sentir-se cansado, como se estivesse “cheio de peso”. A sua saúde, e a do pai, deterioraram-se de tal forma que ambos morreram antes de Francis Gonçalves conseguir aterrar em Portugal.

Quanto à mãe, estava a lutar pela vida, tendo sido colocada em coma induzido. Gonçalves ainda foi vê-la ao hospital, completamente vestido com equipamento de proteção individual. Os três membros da família foram enterrados num cemitério em Lisboa.

O chefe de cozinha pretende agora que a morte da sua família sirva de aviso. “Eles foram apanhados em muita propaganda anti-vacinas. Alimenta-se de pessoas que têm medo e elas caem na armadilha. A mensagem que quero passar é porque é que o Governo haveria de nos magoar ao dar a vacina? Qual é o propósito? Eu falei com muita gente que está aterrorizada de levar a vacina e isso custa vidas”, adverte.