A igreja de São Domingos, no Rossio, acolheu na noite de terça-feira uma vigília de oração pelo Papa Francisco. Centenas de jovens estiverem presentes no momento de oração.

"A circunstância que nos reúne aqui, em torno ao altar, para contemplar Cristo vivo no meio de nós, presente na Eucaristia, é aquela circunstância que nos toca profundamente o coração: [recordar] alguém que, certamente, não tem o mesmo apelido que nós, nem sequer a nacionalidade de nascimento – era argentino –, [e] que depois, no desenvolvimento da sua missão pontifical, como Papa, (...) é alguém próximo e até quase nosso familiar", lembrou o Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, no início da celebração.

Ao final da noite, em declarações à Rádio Renascença e ao SAPO24, o bispo recordou que "proximidade é a palavra certa para definir a relação dos jovens com o Papa e do Papa com os jovens".

"Foram 12 anos, mas só foram 12 anos. E, no entanto, foram suficientes para que entre os jovens e o Papa Francisco se tenha estabelecido uma relação quase de família. Ele é sentido como tal", começou por dizer.

"Não é visto como um Papa distante, um sucessor de Pedro que está algures em Roma, mas é sentido por muitos de nós como um dos membros da nossa família. Como um pai que nos dava sempre uma orientação, uma palavra de conforto", acrescentou D. Rui Valério.

Para o Patriarca de Lisboa, o futuro faz-se de acordo com os ensinamentos do Papa Francisco. "Quem está para dar um salto em frente, sabe que um dos pés tem de estar assente numa base muito sólida. Esta imagem de mandar-se para a frente só é possível se houver uma plataforma consistente, firme. Então temos aqui esta harmonia entre o que é a memória e o que é a esperança".

"O Papa Francisco, de uma forma genial — ousaria quase a dizer única — era capaz de nos sintonizar com estas duas asas: a memória, por um lado, o não esquecermos as nossas raízes, insistir nos avós, no passado, na história; e [conseguirmos] abrir novos horizontes, novas perspectivas. Para todos, mas particularmente para os jovens", rematou.

Esta quarta-feira, o Patriarca de Lisboa viajou para Roma, numa viagem que, além de acompanhar as exéquias do Papa Francisco, também terá foco no Jubileu dos Adolescentes, que acontece este fim de semana. Segundo D. Rui Valério, a diocese estará representada por cerca de 150 pessoas.

Já em agosto, a diocese regressa a Roma, desta vez para o Jubileu dos Jovens, com a presença de mais de 1550 peregrinos que vão fazer a viagem de autocarro, fora os que depois se juntarão por outros meios para as celebrações.