“A Força Aérea informa que desde a certificação para uso civil da Base Aérea n.º 4 (BA4), no dia 22 julho de 2018, a autorização para qualquer movimento de aeronaves civis é responsabilidade da Aerogare Civil das Lajes”, adiantou fonte oficial em resposta a questões colocadas por escrito pela Lusa.
O líder do CDS-PP/Açores disse hoje que o número de escalas técnicas no Aeroporto Internacional das Lajes diminuiu “drasticamente” desde a sua certificação para a utilização permanente pela aviação civil, tecendo críticas ao executivo açoriano, liderado pelo socialista Vasco Cordeiro, e à Força Aérea Portuguesa.
“A conclusão a que chegamos é que ficou tudo na mesma ou piorou. E piorou relativamente às escalas técnicas. As escalas técnicas diminuíram drasticamente por uma conjunção de esforços da SATA [transportadora aérea açoriana] e da Força Aérea que, deliberadamente, não aceitam e recusam escalas técnicas pedidas para as Lajes, que depois têm de derivar para outro aeroporto”, afirmou o líder regional centrista, Artur Lima, à margem de uma reunião com a direção da Aerogare Civil das Lajes.
Em 23 de julho de 2018, foi assinado um protocolo para a certificação para a utilização permanente pela aviação civil do Aeroporto Internacional das Lajes, onde estão a Base Aérea n.º 4, da Força Aérea Portuguesa, e o 65th Air Base Group, da Força Aérea norte-americana.
Segundo o líder regional centrista, têm sido recusadas escalas técnicas às terças-feiras, quintas-feiras e sábados e há até mesmo uma companhia aérea que aguarda por autorização para uma escala frequente.
“Foi pedido por uma companhia aérea – e isto é um escândalo – a operação de um A380 para escalar as Lajes, em escala técnica, de 15 em 15 dias. O pedido foi feito já há muito tempo e a Força Aérea ainda não respondeu. Um A380, o maior avião de passageiros do mundo, para escalar as Lajes, a única pista nos Açores em que é possível”, frisou.
O também líder da bancada parlamentar do CDS na Assembleia Legislativa dos Açores adiantou que a justificação que terá sido dada oficiosamente à companhia aérea relacionada com a “envergadura da asa” não é válida, tendo em conta que operam nas Lajes o maior avião de carga do mundo e um avião militar de grande dimensão.
Em resposta à Lusa, a Força Aérea Portuguesa confirmou que houve uma empresa que “mostrou interesse em utilizar a BA4 como alternante, com uma aeronave do tipo A380”, mas salientou que a infraestrutura não tem condições de segurança para a operação deste tipo de aeronave.
“Mais se informa que a BA4 é um aeródromo de categoria 8 e que a operação da aeronave A380 exige categoria 10. Mantendo-se essas condições não é possível a sua operação na BA4”, realçou.
Questionada também pela Lusa, fonte da Secretaria Regional dos Transportes e Obras Públicas remeteu esclarecimentos para esta sexta-feira.
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