Os juízes de instrução concluíram a sua investigação e anunciaram hoje que decidiram que os oito acusados comparecerão perante o tribunal, três dos quais por “associação criminosa terrorista”, segundo um comunicado da Procuradoria Nacional Antiterrorista citado pela agência noticiosa espanhola EFE.
A 14 de julho de 2016, quando milhares de pessoas celebravam a festa nacional francesa e assistiam a um espetáculo de fogo-de-artifício na célebre marginal de Nice, Mohamed Labouaiej-Bouhlel, um tunisino de 21 anos, matou 86 pessoas em quatro minutos, ao volante de um camião.
Quinze menores e 33 estrangeiros estão entre as vítimas do atentado que suscitou emoção a nível internacional.
Segundo a acusação assinada na segunda-feira por quatro juízes antiterroristas, os três principais acusados — Mohamed Ghraieb, Chokri Chafroud e Ramzi Arefa –, dois tunisinos e um franco-tunisino, são suspeitos de terem “consciência da existência de um plano” de ataque por parte de Mohamed Lahouaiej-Bouhlel, abatido pela polícia na noite do atentado, indicou a agência France Presse.
Cinco outras pessoas, um tunisino e quatro albaneses, serão julgados por crimes ligados ao fornecimento de uma arma a Ramzi Arefa destinada a Lahouaiej-Bouhlel.
Quatro dos acusados estão detidos, dois estão sob controlo judicial e dois outros estão em fuga e são alvo de mandados de detenção datando de abril e de julho. Todos podem recorrer e o julgamento não se realizará antes de 2022.
Na acusação, os juízes consideram que o assassino, embora sem “ligação demonstrada” com o grupo Estado Islâmico, que reivindicou o atentado, “aplicou” as recomendações do movimento extremista.
E lembram as “interrogações durante a investigação sobre a saúde mental do autor dos factos”, para adiantarem que tais questões “não podem pôr em causa” o caráter terrorista do seu ato.
Constituíram-se parte civil na investigação 865 pessoas ou associações.
O encaminhamento para tribunal deste caso acontece menos de duas semanas depois de um novo ataque em Nice, que está a ser investigado por juízes antiterroristas. Um tunisino de 21 anos, Brahim Aouissaoui, matou com uma faca um homem e duas mulheres a 29 de outubro na basílica de Nice.
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