“Estamos a intensificar a nossa assistência em matéria de defesa e segurança à Ucrânia e a aumentar as nossas capacidades de produção e fornecimento para ajudar o país (…). Manifestamos a nossa determinação, em particular, em reforçar as capacidades de defesa aérea da Ucrânia para salvar vidas e proteger infraestruturas críticas”, lê-se no comunicado sobre o “apoio firme à Ucrânia” adotado no final da reunião ministerial de três dias que hoje termina na ilha italiana de Capri.
Reiterando o seu apoio ao “direito de autodefesa da Ucrânia” e à sua segurança a longo prazo, os ministros dos Negócios Estrangeiros do grupo formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, mais a União Europeia (UE), asseguram que irão “continuar a prestar apoio militar, financeiro, político, humanitário, económico e de desenvolvimento à Ucrânia e ao seu povo”.
Congratulando-se “com a adoção, pela UE, do mecanismo de apoio à Ucrânia no valor de 50 mil milhões de euros, do Fundo de Assistência à Ucrânia da UE no valor de 5 mil milhões de euros [no âmbito do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz]” e com “o apoio adicional que os países do G7 aprovaram, bem como com a rápida prestação de apoio orçamental no primeiro trimestre de 2024 pelo Canadá e pelo Japão”, os ministros apelam à “aprovação de mais apoio por parte de outros parceiros internacionais”, na véspera de uma anunciada votação na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos que poderá ditar o desbloqueamento de um pacote de ajuda no valor de 60 mil milhões de dólares (mais de 56 mil milhões de euros).
Relativamente à agressão militar russa, os ministros condenam “com a maior veemência possível a exportação ilegal de armas da Coreia do Norte para a Rússia e para utilização na Ucrânia”, apelam ao Irão “para que deixe de apoiar o esforço de guerra da Rússia” e dão conta, no comunicado final, da sua “profunda preocupação com as transferências para a Rússia, a partir de empresas da República Popular da China, de materiais de dupla utilização e de componentes de armamento que a Rússia está a utilizar para fazer avançar a sua produção militar”.
“Tal está a permitir à Rússia reconstituir e revitalizar a sua base industrial de defesa, constituindo uma ameaça tanto para a Ucrânia como para a paz e segurança internacionais. A China deve garantir que este apoio cesse, uma vez que só irá prolongar esta guerra ilegal de agressão em violação da Carta das Nações Unidas e aumentar a ameaça que a Rússia representa para os seus vizinhos”, advertem os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7.
Na reunião de Capri participou, como convidado, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, que assumiu que o ponto único que levava na sua agenda era o pedido de reforço do apoio a nível de defesa antiaérea, crucial para a Ucrânia “lidar com o massacre causado pelos mísseis russos”, garantindo mesmo que “esta é uma questão de vida ou de morte”.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os últimos meses do conflito têm sido marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
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