Kushner abordou esta possibilidade em dezembro, em reuniões com o embaixador russo em Washington, Sergei Kislyak, na Torre Trump em Nova Iorque, ainda durante o período de transição presidencial.
Segundo disseram ao jornal funcionários norte-americanos informados sobre os relatórios dos serviços secretos, Kushner e Kislyak falaram sobre a possibilidade de estabelecer um canal “secreto e seguro” utilizando as instalações diplomáticas russas nos Estados Unidos a fim de evitar os serviços secretos norte-americanos então ainda sob o controlo da Administração de Barack Obama.
Também participou nas reuniões o general retirado Michael Flynn, que chegaria à Casa Branca como assessor de segurança nacional, abandonando o cargo poucas semanas depois envolto numa polémica pelos seus contactos com os russos.
Segundo o jornal Washington Post, a polícia federal (FBI, na sigla em inglês) está a investigar Kushner sobre a alegada ingerência do Kremlin nas eleições de novembro à Casa Branca, incluindo os possíveis contactos entre a campanha de Trump e funcionários russos.
O inquérito do FBI, agora dirigido pelo procurador especial Robert Mueller, deve esclarecer a existência de uma eventual “coordenação” entre membros da equipa eleitoral de Trump e o governo russo.
Um advogado de Kushner, Jamie Gorelick, disse na quinta-feira ao jornal que o seu cliente “já se disponibilizou voluntariamente a partilhar com o Congresso o que sabe” sobre as reuniões com Kislyak e que “fará o mesmo se o contatarem em relação a qualquer outra investigação”.
Gorelick fez assim referência ao acordo alcançado por Kushner para testemunhar “voluntariamente” sobre os seus contactos com os russos perante o Comité de Informações do Senado, que investiga as alegadas tentativas de Moscovo de interferir nas eleições presidenciais norte-americanas, em novembro de 2016.
Kushner também se reuniu durante o período de transição com o banqueiro Serguei Gorkov, conselheiro delegado do banco nacional russo Vnesheconombank e formado pela academia dos serviços secretos russos.
O banco Vnesheconombank é alvo de sanções dos Estados Unidos pelo papel da Rússia no conflito na Ucrânia.
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