
Depardieu apresentou-se, esta manhã em tribunal, acompanhado pelo seu advogado, depois do julgamento ter sido adiado em outubro, devido aos problemas de saúde do arguido.
"Este julgamento vai permitir-nos confrontar as acusações com a realidade, com as testemunhas e com as circunstâncias dos factos. Desta forma, seremos capazes de demonstrar, sem sombra de dúvida, que todas as acusações são falsas", disse o advogado de Gérard Depardieu, Jéremie Assous.
Com participações em mais de 200 filmes e séries televisivas, Depardieu é a figura de maior destaque do cinema francês a enfrentar acusações de violência sexual, na sequência ao movimento #MeToo.
As alegadas agressões sexuais ocorreram durante as filmagens do filme "Les Volets Verts", do diretor Jean Becker. Uma cenógrafa, de 54 anos e uma assistente de direção, de 34, acusam Depardieu de agressão, assédio e insultos sexistas.
A cenógrafa, Amélie, afirma que durante as filmagens numa mansão em Paris, em setembro de 2021, o ator exigiu um "ventilador", enquanto gritava, porque não conseguia "ter uma ereção" devido ao calor.
No seguimento da conversa, disse que podia "fazer as mulheres chegarem ao orgasmo sem lhes tocar" e, passado uma hora, agarrou-a "brutalmente", apalpando a sua cintura, barriga e seios, enquanto fazia "comentários obscenos".
Já a assistente de direção, que utiliza o pseudónimo Sarah, disse ao Mediapart que denunciou o ator por tocar duas vezes nos seus "seios e nádegas", em agosto de 2021.
Anouk Grinberg, uma das atrizes do filme, disse à AFP que o ator usava "palavras obscenas" e que "quando os produtores contratam Depardieu para trabalhar num filme, sabem que estão a contratar um agressor", acusou.
Depardieu pode ser condenado a uma pena máxima de cinco anos de prisão e uma multa de 75 mil euros.
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