“Com uma obra vasta e transversal, Agustina Bessa-Luís marcou decisivamente a literatura portuguesa da segunda metade do século XX, sendo o seu legado sinónimo de um percurso pessoal e autoral único, que continuará, certamente, a enriquecer gerações de leitores e a influenciar o percurso de jovens autores”, lê-se no comunicado do Conselho de Ministros extraordinário.
Na nota, o Governo refere ainda que “a República Portuguesa e, muito em especial, toda a literatura que se expressa em português é-lhe, pois, devedora de uma longa e incondicional dedicação à criação literária e do seu exemplar contributo para o prestígio cultural de Portugal”.
Agustina Bessa-Luís morreu hoje, no Porto, aos 96 anos.
A escritora nasceu em 15 de outubro de 1922, em Vila Meã, Amarante, e encontrava-se afastada da vida pública, por razões de saúde, há perto de duas décadas.
O nome de Agustina Bessa-Luís saltou para a ribalta literária em 1954, com a publicação do romance "A Sibila", que lhe valeu os prémios Delfim Guimarães e Eça de Queiroz.
Recebeu igualmente o Grande Prémio de Romance e Novela, da Associação Portuguesa de Escritores, em 1983, pela obra "Os Meninos de Ouro", e em 2001, com "O Princípio da Incerteza I - Joia de Família".
A escritora foi distinguida pela totalidade da obra com o Prémio Adelaide Ristori, do Centro Cultural Italiano de Roma, em 1975, e com o Prémio Eduardo Lourenço, em 2015.
Em 2004, Agustina recebeu os Prémios Camões e Vergílio Ferreira.
Foi condecorada como Grande Oficial da Ordem de Sant'Iago da Espada, de Portugal, em 1981, elevada a Grã-Cruz em 2006, e com o grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras, de França, em 1989, tendo recebido a Medalha de Honra da Cidade do Porto, em 1988.
O funeral da escritora sai na terça-feira da Sé Catedral do Porto para o cemitério do Peso da Régua, Vila Real, onde se realizará uma cerimónia privada, revelou hoje o Círculo Literário Agustina Bessa-Luís.
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