Devido à dependência maciça do carvão e da população relativamente restrita, 25 milhões de habitantes, a Austrália é um dos países que gera mais gases com efeito de estufa por habitante.
Turnbull reconheceu que ia renunciar, por falta de votos a favor, a inscrever na lei o objetivo redução de emissões de gases com efeito de estufa, pondo fim a um compromisso previamente anunciado.
Malcolm Turnbull assumiu a chefia do Governo, em setembro de 2015, ao afastar o antecessor Tony Abbott, membro do mesmo partido.
Foi durante o executivo de Abbott que a Austrália se comprometeu a reduzir as emissões em 26% em relação ao nível de 2015 e até 2030 para lutar contra o aquecimento climático. Um objetivo considerado, na altura, insuficiente pelos opositores.
Este objetivo foi oficializado em dezembro de 2015 no âmbito do Acordo de Paris.
Turnbull, considerado mais agressivo que o antecessor na questão das alterações climáticas, pretendia inscrever este objetivo na lei, no âmbito do plano energético denominado Nacional Energy Guaranty (NEG).
Mas Abbott, que em 2015 considerou o objetivo dos 26% como "sólido, bom, responsável do ponto de vista económico e ambiental", já não defende esta opinião.
No momento em que os consumidores australianos estão descontentes contra a subida dos preços da eletricidade, devido ao encerramento de centrais de carvão, Abbott manifestou-se contra a inscrição na lei daquele objetivo do Acordo de Paris, tal como vários deputados de direita, que ameaçaram votar contra o plano energético de Turnbull.
Estas tensões entre a maioria governamental surgem quando as últimas sondagens mostram uma quebra nos níveis de apoio ao centro-direita. As eleições legislativas estão previstas para maio de 2019.
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