Em comunicado, enviado no final de uma reunião que se iniciou pelas 10:30, o ministério diz que "a precariedade no Porto de Setúbal podia ter acabado hoje", realçando que "essa era a vontade explícita deste Governo e de todas as partes sentadas à mesa das negociações".

Elencando o que foi alcançando "nestes três dias" de reuniões entre as partes, o Governo defende que "não havia razão nenhuma para que os trabalhadores não tivessem a sua situação regularizada já hoje e pudessem passar um Natal mais descansado".

"E não foi possível porque os seus representantes em vez de discutirem a situação dos seus trabalhadores de Setúbal preferiram discutir a situação nos portos de Leixões e Sines. Em vez de resolverem o conflito de Setúbal insistem em criar conflitos em portos onde não existem conflitos e onde não têm uma representação significativa", declarou o ministério de Ana Paula Vitorino.

O Governo diz ainda que "não pode, nem vai tomar parte numa guerra entre sindicatos", lamentando que "os trabalhadores de Setúbal estejam a ser utilizados pelos seus representantes como moeda de troca para uma luta de poder sindical".

Na nota, o ministério deixa "duas palavras": a primeira, de conforto, "evidentemente dirigida aos trabalhadores do Porto de Setúbal e às suas famílias que neste momento se preparam para um Natal de incerteza e de dificuldades", e uma segunda, um apelo aos agentes económicos do porto.

"Sabemos que o porto atravessa uma crise gravíssima, mas peço-lhes que mantenham a sua aposta em Setúbal e na região até que o bom senso prevaleça. O Governo tudo fará para mitigar e minimizar os danos que esta situação está a provocar", acrescenta.

Cerca de 90 trabalhadores contratados ao turno, em Setúbal, pela empresa de trabalho portuário Operestiva, alguns há mais de dez e outros há mais de 20 anos, têm efetuado protestos contra a situação de precariedade, exigindo, sobretudo, um contrato coletivo de trabalho.

Paralelamente, está também a decorrer uma greve, dos estivadores afetos ao SEAL, ao trabalho extraordinário, que se vai prolongar até janeiro de 2019, em defesa da liberdade de filiação sindical.

Esta greve abrange os portos de Lisboa, Setúbal, Sines, Figueira da Foz, Leixões, Caniçal (Madeira), Ponta Delgada e Praia da Vitória (Açores).


Notícia atualizada às 19:29