Durante um evento destinado a mostrar o trabalho científico que se faz na instituição, um grupo de investigadores distribuiu um panfleto para exigir o “fim da precariedade”.
Segundo os investigadores, o “Nova Science Day”, que hoje decorreu com a presença do ministro da Ciência Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, não revela que o trabalho patente é feito “maioritariamente com vínculos laborais precários”.
Os investigadores alertam no texto que divulgaram que esta realidade tem “consequências nefastas” ao nível do desenvolvimento do trabalho, que os força a uma “permanente corrida a concursos e concursos”, e também da vida pessoal.
“Não podemos continuar a ignorar as consequências desastrosas que a precariedade laboral tem nos projetos de vida de quem assim trabalha”, lê-se no texto que divulgaram.
Os cientistas querem uma política científica “para lá do curto prazo”, com uma definição clara do seu papel no sistema científico e tecnológico.
Reclamam igualmente o cumprimento do PREVPAP – Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários na Administração Pública, que afirmam estar “a excluir a quase totalidade dos investigadores e docentes convidados”.
Questionado pela Lusa, o reitor da Universidade Nova de Lisboa, João Sàágua, afirmou que estão previstas centenas de contratações para este ano, com recurso a três mecanismos distintos: a norma transitória para o emprego científico, o PREVPAP e o concurso institucional.
Na primeira vertente, muitos concursos já estão fechados, segundo o reitor: “Estamos em condições de começar a contratar”, disse à Lusa o responsável, indicando que são abrangidas 223 pessoas neste domínio.
No âmbito do PREVPAP, estão incluídos investigadores sénior, que colaboram há mais tempo com a instituição. “São poucas dezenas, não sei se chega a 30 que foram considerados necessidades permanentes”, especificou.
Relativamente ao concurso institucional do emprego científico, a Nova viu aprovados 34 contratos pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), acrescentou.
A Universidade Nova de Lisboa foi criada em 1983, dividindo atualmente as faculdades pela capital e pelo polo da Caparica (Almada).
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