Num comunicado divulgado após um conselho de ministros que formalizou a decisão, o chefe do Governo irlandês apelou ao seu homólogo israelita, Benjamin Netanyahu, para “ouvir o mundo e travar a catástrofe humanitária” em Gaza.
Dublin reconhece assim a Palestina como um Estado soberano e independente e decidiu estabelecer relações diplomáticas plenas entre Dublin e Ramallah, onde será nomeado um embaixador irlandês.
O objetivo desta decisão é “manter viva a esperança”, disse Simon Harris, acrescentando estar convencido de que “acreditar que uma solução de dois Estados é a única forma de Israel e a Palestina viverem lado a lado em paz e segurança”.
“Queríamos reconhecer a Palestina no final de um processo de paz”, explicou o chefe de Governo da Irlanda, que lembrou o facto de o seu país se ter comprometido, ao lado da Espanha e da Noruega, de “manter vivo o milagre da paz”.
Para o chefe da diplomacia irlandesa, Michel Martin, esta decisão sublinha “a convicção de que um caminho político é a única forma de quebrar o ciclo de desapropriação, subjugação, desumanização, terrorismo e morte que destruiu as vidas de israelitas e palestinianos durante décadas”.
Também hoje, o Conselho de Ministros de Espanha aprovou o reconhecimento formal da Palestina como Estado, disseram a porta-voz do Governo de Madrid, Pilar Alegría, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jose Manuel Albares, numa conferência de imprensa.
“Hoje é um dia que fica gravado na história de Espanha, um dia em que o nosso país diz que perante o sofrimento não é possível a indiferença e que é possível a paz, a solidariedade, o compromisso e a confiança na humanidade”, disse Albares.
Espanha, Noruega e Irlanda comprometeram-se a reconhecer formalmente a Palestina como Estado a partir de hoje, juntando-se a mais de 140 países que já o fizeram em todo o mundo num momento em que Israel tem em curso, desde outubro, uma ofensiva militar na Faixa de Gaza.
O conflito foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Desde então, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que provocou mais de 36.000 mortos e uma grave crise humanitária, segundo o Hamas, que governa o enclave palestiniano desde 2007.
O Governo israelita condenou Espanha, Irlanda e Noruega, argumentando que estes países enviam a mensagem aos palestinianos de que “o terrorismo compensa”.
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